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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

AMOR


DAVELEDAVE.RECANTODASLETRAS.COM.BR


 

O PESO E A LEVEZA DO AMOR

Da mesma forma que eu defini a fantasia como um objeto cuja realização — ou não — independe da minha satisfação sexual, do mesmo modo o amor, vivenciá-lo ou não, independe para a minha felicidade.

 

Porém, da mesma forma que sei que realizar uma fantasia provavelmente me deixaria ainda mais feliz, assim também é minha relação com o amor.

 


 

A FALTA COMO MOTOR DO SENTIMENTO

Se Platão e Freud têm razão — que o amor sempre tem a ver com uma falta e que, logo que tenho o objeto do meu amor, a presença dissipa o sentimento — então o amor é sempre pela mulher do outro, aquela que ainda me falta e não é minha.

 

E quando o amor se concretiza, ele é algo completamente outro…

 


 

AMO O QUE NÃO TENHO

Então ainda amo a pessoa que me falta. Agora, se ela me ama, eu ignoro totalmente.

 

Se o amor é também uma relação de força, e há pessoas que transpõem barreiras intransponíveis pela motivação do amor, então é provável que o amor que ela sinta por mim não seja… algo que demorei um tempo para perceber.

 

Eu sei, entretanto, que o benefício que seu amor faria na minha vida também seria recíproco para a dela.

 


 

A ECONOMIA DE ENERGIA EMOCIONAL

Por exemplo, me pouparia muita energia no dia a dia.

 

Como eu saio muito, às vezes garotas e mulheres se aproximam a uma distância convidativa — um convite ao diálogo — que eu nunca sei se minha ausência de coragem para realizá-lo é respeito pelo espaço da moça ou covardia, e, na verdade, frustração para ambas as partes.

 

Fato é: se eu namorasse, eu sequer precisaria me preocupar com essas questões do dia a dia.

 


 

O AMOR E A FLUIDEZ DO SER

Muito embora, se eu namorasse, talvez a pessoa não aceitasse essa minha fluidez no ser — de estar sempre em movimento e constante transformação, como o rio de Heráclito.

 

O fato de eu ter uma pessoa talvez me deixasse mais estático, mais “paradão”, e muitas das experiências que aprecio nessa leveza não me seriam mais permitidas, pelo menos sozinho.

 

É impossível outra pessoa me acompanhar na minha rotina diária.

 


 

A ROTINA COMO SUBSTITUTO

Mas eu acho que essa rotina que dei a mim mesmo é justamente para não ter que lidar com a total ausência de amor na minha vida.

 

Quer dizer: o amor philia, de Aristóteles — que se alegra na presença da pessoa amada — e o eros de Platão — da falta — não só sinto como carrego comigo para onde vou.

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 12/08/2025
Alterado em 12/08/2025
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