Subestima-se o benefício cognitivo de quem joga videogame.
Nunca conheci um jogador “try hardeiro” de videogame que fosse burro. Desde a resolução de problemas até a capacidade de aumentar o limiar de percepção de esforço, o córtex pré-frontal é estimulado intensamente através da tentativa e erro — seja para passar uma fase complexa ou superar um boss.
Alguns jogos são construídos em cima do reconhecimento de padrões para derrotar inimigos — como os incríveis jogos da FromSoftware, conhecidos por serem dificílimos: Dark Souls, Sekiro e o mais acessível e atual Elden Ring, um RPG de mundo aberto com estrutura ocidental.
Mas isso não é novidade no universo dos games. No Nintendinho, o jogo Punch-Out!! já partia exatamente desse princípio: reconhecer padrões de chefes, entender suas fraquezas e derrotá-los com inteligência estratégica.
Infelizmente, como todo comportamento humano, o videogame pode se tornar vício. E há também aqueles que recorrem a cheats e trapaças — esses têm um limiar de percepção de esforço muito baixo.
Há ainda os que usam os games para fugir da realidade: trocam o dia pela noite, a vida pela tela, a dor pelo botão de “continuar”.
Hoje, o que mais sinto falta — por circunstâncias da vida — é de jogar videogame. Mas continuo consumindo muito conteúdo a respeito e respeitando profundamente a indústria dos games que tanto me entreteve e me ensinou.