A vida é sempre um exercício de humildade.
No alto da minha confiança e intelectualidade, eu sempre desconfiei da psicoterapia. Afinal, eu já havia visto tantos filmes, lido tanta literatura, os autores que fundaram a psicologia, o “eu”, as noções filosóficas da subjetividade… que eu entendia que não havia nenhum problema que eu não pudesse resolver sozinho.
E os psicólogos com quem eu me identificava eram intelectuais. Só que eu não atinava que esses próprios psicólogos intelectuais eram disfuncionais — embora intelectualmente brilhantes.
Então encontrei o reservatório de dopamina do Eslen Delabogore. E ele não me ensinou nada intelectualmente, mas, como eu era disfuncional em termos comportamentais, ele me ensinou a ter bons hábitos.
O padrão-ouro de tratamento independe de medicamentos ou drogas. E como ele é neurocientista, isso converge muito com meu materialismo: entender os tipos de afetos que influenciam meus pensamentos e ações.
Hoje, para mim, é difícil ficar sem dormir. E nem me lembro bem da última vez que dormi depois da 1 da manhã — e ainda por culpa de fatores externos. Infelizmente, não me lembro de quando dormi após as 7 da manhã.
Mas, mesmo com bons comportamentos e hábitos, com boa dose de consciência, atividade física e alta atividade econômica e intelectual, rotina rígida… o excesso de confiança também é um erro.
Porém, a confiança nos hábitos extremamente funcionais é o que permite que, mesmo errando, eu continue caminhando, evoluindo e aprendendo com consistência. Entendo meus afetos, meus anseios, meus medos, etc.
Para mim, o sucesso na vida independe de reconhecimento ou “sucesso”. Porém, para mim seria terrível passar por essa existência sem ter a certeza de que fui o melhor que pude ser, considerando as circunstâncias da vida.
E com isso, falo não em recursos materiais, mas sim intelectuais, físicos, estéticos. E, para isso, eu tenho que melhorar constantemente meus hábitos, meus comportamentos, minha rotina.
Para isso, estudo como fazê-lo. E tento me perceber.
Hoje, para mim, eu não consigo mais ver meu quarto desorganizado. E a falta de organização me faz mal — pelo menos no meu quarto. E, para quem me conhece, sabe como isso é uma evolução.