A diferença entre o sexo vulgar (homem) e o frágil, belo e poético sexo (mulher) é gritante.
Enquanto o homem deseja o que está fora, a mulher deseja o que espelha o melhor de si mesma — projetado no corpo do outro.
Por isso, não é coincidência: o que muitas mulheres modernas desejam no homem é, na verdade, um reflexo do seu ideal feminino — só que revestido de testosterona.
Não é o tanquinho em si.
É o símbolo.
Barriga seca exige rotina, sacrifício, resistência ao prazer fácil.
Isso sinaliza inteligência emocional e estabilidade — virtudes raras.
Postura firme, tronco em V e pele fina comunicam força, saúde e juventude — biologia em alerta.
Numa era de excesso e descontrole, um corpo seco é exceção.
E tudo que é raro vira status.
A mulher que busca leveza, beleza e cintura fina também se atrai por isso no homem — não por vaidade, mas por afinidade estética e simbólica.
Símbolo disso é a vida de artistas — ou melhor, de subcelebridades — que, infelizmente ou felizmente, eu só vejo quando abro o MSN no Edge.
A transformação de Jojo Todynho.
O processo cirúrgico da Yasmin Brunet para perder gordura (em eras que ela já era desejada) — e o povo agora chamando-a de “cracuda”, claro, os sedentários de mão engordurada de Cheetos e barriga de chope.
E a Duda Reis, que engordou 20 quilos depois da gravidez.
Todas, no entanto, buscaram intervenção médica.
Mas alguém que faz isso naturalmente — por consistência, e não bisturi — tende a ser muito mais valorizado.
Agora, o sexo masculino…
O homem quer “aumentar volume”, mas sem proporções, sem simetria.
Fala que está fazendo “dieta de bulking”, mas no fundo, é só um pretexto para comer à moda caralha — sem restrições, sem concessões, sem cardio. E continuar bebendo, dormindo tarde.
Ficam fordos. Fortes e Gordos.
E de corpo formam a informação visual que transmitem quando alguém os vê — especialmente mulheres.
Essa informação é clara:
falta de rotina, negligência, ausência de cuidado, maus hábitos.
E, assim, a mulher já infere:
“Ele não será um bom pai, já que não é um bom homem nem para si mesmo.”
Mas quando sua identidade visual mostra o oposto — sem que você diga uma palavra —, ela percebe.
A rotina.
Os bons hábitos.
A estética funcional.
A inteligência silenciosa.
Mesmo inconscientemente, ela sente atração e desejo.
Só que…
O corpo não sustenta nada sozinho. Nem aparência.
A voz que dá som ao pensamento pode revelar um conteúdo tão gorduroso quanto a barriga de antes.
E se suas ideias não acompanham o físico, se há desalinho entre estética e ética, entre forma e verbo, o feitiço quebra.
Muitas mulheres traem esses homens não por falta de músculos ou volume, mas por ausência de conteúdo, elegância, presença real.
Por outro alguém com mais inteligência funcional, um “pinto” que de fato seja cérebro — e não só imagem.
O alto desempenho não se mede pelo percentual de gordura, nem pelo volume muscular.
Mede-se pelo brilho nas palavras.
Pela capacidade de articular bons pensamentos.
Pelo domínio sobre si — e pelo impacto que isso gera no outro.