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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

FELICIDADE OU EUDAIMONIA?


DAVELEDAVE.RECANTODASLETRAS.COM.BR


 

Felicidade é outra fábula. As pessoas falam que procuram por ela como se fosse um lugar a ser encontrado, uma espécie de pote de ouro no final do arco-íris.

 

A felicidade é um estado, como ensinava Spinoza. E o mais correto seria falar em bem-estar.

 

Nesse sentido, há a alegria hedonista, que é a satisfação dos prazeres. E há o sentido grego, que é a eudaimônica — que naquele tempo estava relacionada ao saber ocupar o seu lugar natural no mundo.

 

Embora se confundam, são distintas. Porque a felicidade hedônica não leva à eudaimonia se for niilista — pelo contrário. Eudaimonia pressupõe evolução pessoal. 

 


 

A DOR NECESSÁRIA PARA O SENTIDO

De modo oposto ao hedonismo fácil, a eudaimonia compreende até mesmo o sofrimento, a tristeza, fazer até o que não gostamos — desde que esteja a serviço do nosso projeto ideal.

 

É quando estudamos sem prazer, mas isso nos traz felicidade pelas oportunidades futuras que virão. É quando o treino físico e o cardio são estressantes ao corpo, muitas vezes sofríveis, mas o resultado futuro dá muito prazer. É recompensador.

 

No processo de felicidade eudaimônica, é fundamental saber para onde se está indo. Porque, para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve. 

 


 

OBJETIVO CLARO, RESISTÊNCIA NATURAL

Minha professora da academia hoje mesmo, enquanto eu estava envolvido na escrita, me interrompeu e me indagou qual era meu objetivo lá. Me advertiu que eu fico fazendo muito cardio e já estava “seco demais”.

 

Respondi de bate-pronto: quero secar ainda mais. Quero chegar aos 12% — talvez aos 10% de gordura corporal.

 

Ela disse que é possível fazer os dois. Eu respondi que é muito difícil preservar massa muscular em uma dieta hipocalórica de déficit severo.

 

Ela entendeu que eu tenho um objetivo, mas não gostou. Acha sinceramente que estou “seco demais” para minha altura. Mas a verdade é que agora tenho massa magra real. Concreta.

 


 

EVIDÊNCIA VS OPINIÃO

Então mostrei o equívoco que é achar que músculo aumenta a taxa metabólica basal de forma significativa — no máximo, cada quilo de massa magra aumenta cerca de 80 kcal por dia. Um pouco mais durante a atividade física.

 

Ela ficou meio ressentida com a minha argumentação embasada. Mas, no fundo, sabe que estou certo.

 

Minhas fotos. As roupas que já caem no corpo. Tudo mostra que estou certo.

 

As moças que coincidem o horário de treinar com o meu mostram que estou certo.

 

Meu objetivo, minha felicidade eudaimônica — mostra que estou certo.

 


 

COMPETIR COM O ESPELHO

 

Mesmo assim, ela ironizou: “Mas você quer competir?”

 

Respondi: “Apenas comigo mesmo.”

 

Amanhã tenho avaliação. E, se ela insistir, pedirei socraticamente sua opinião sobre o que ela considera ser definição corporal.

 

Para mim, é simples: definição é ter o que mostrar, e não ter o que esconder.

 

Se as pessoas soubessem o que querem, não teriam tantos “fordos na academia: fortões gordos — fortes, sim, mas inchados, pesados, confusos, frustrados.

 

E sinceramente: eu não entendo tanto de treino quanto ela. Mas entendo muito de estética. E estética é a informação visual que o corpo transmite — pelado, e principalmente vestido.

 


 

O DEVER DE ENSINAR O BELO

Apenas uns 5%, entre homens e mulheres ali, passam uma informação visual esteticamente agradável e coerente. Talvez 10%, no máximo. Entre os quais eu me incluo — com toda modéstia, à parte.

 

Na realidade, a maioria nem sabe o que é o belo. Nem o que é bom gosto. Ainda mais ali, na periferia.

 

E talvez… talvez caiba a mim ir lá e mostrar pra eles o que é belo — para que um dia, quem sabe, eles também descubram.

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 15/07/2025
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