A REGRA DO JOGO

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A primeira lição do Repositório de Dopamina do Masterclass, sobre a regra do jogo com Eslen Delanogare, é que quanto mais uma pessoa é melhor cognitivamente, mais ela é capaz de internalizar as condições psicológicas de aprendizado para melhorar sua condição psíquica.

E ignorância é ignorância no sentido mais cruel: quanto mais parva uma pessoa é, isso infelizmente acompanha uma debilidade psíquica.

OS TRÊS MODOS COGNITIVOS

Há três tipos de modos cognitivos: os fortes, os fracos e os médios — que são a maioria, os medianos. A boa notícia é que os ruins são poucos. E os fortes, menos ainda.

O convívio entre esses três modos é feito de conflitos, pois uma pessoa é muito influenciada pelo seu ambiente, mas seu comportamento é modulatório, e não estático. Uma pessoa é a somatória do seu ambiente, mas é possível que ela mesma crie o ambiente mais favorável para si.

A MOTIVAÇÃO FUNIL

Os fortes têm a chamada motivação funil: quando canalizam seu foco para uma atividade de interesse, fazem-no com um foco absoluto. Porém, se isso é canalizado para vícios, é tão destrutivo quanto.

Tudo depende dos hábitos, se são benéficos ou nocivos.

A dopamina não é sobre prazer, mas sobre a motivação necessária para alcançar determinado prazer — que pode ser benéfico ou hedonista. Há pessoas que voltam sua motivação não para o esforço, mas para a facilidade de prazeres sintéticos, como drogas, pornografia, álcool, comidas hiperpataláveis, já que não conseguem criar a situação orgânica do prazer saudável e dopaminérgico. Entregam-se à promiscuidade fácil dos prazeres mundanos.

O MEU AMBIENTE

Eu crio o ambiente favorável, de bons encontros deleuzeanos, promovendo boas interações do meio externo com o meu corpo.

Mas mesmo nas condições mais favoráveis para meu desenvolvimento, há o desalento da Mãe Natureza, ao constatar que ela não distribui justamente seus dons. Você percebe isso na academia, por exemplo, pela diferença não só dos corpos, mas principalmente da cognição.

Quem tem o corpo bonito perde a beleza quando fala — infelizmente, carregando um sotaque nordestino. Não que eles sejam inatamente piores, mas porque, por terem sofrido injustiça social, são fracos cognitivamente.

E por isso estão num ambiente de periferia, igual a mim, que, envolto no meu mundo, me isolo para favorecer minha individualidade, envolvendo-me em arte, cultura, aulas. Eu fiz o meu ambiente.

Porém, no contexto da periferia, por mais que eles sejam díspares de mim, é onde eu encontro a melhor sintonia — por ser, pelo menos, um local em que se cuida da saúde. Aqueles que têm, ao menos, o objetivo de cuidar do corpo já encontram um paralelo comigo.

Como a orquídea, que floresce linda e bela mesmo nos lugares mais desfavoráveis.