Para podcasts que duram mais de três horas, vale totalmente aquilo que eu falei em tom jocoso a respeito de faculdades: daria para cursar em um ano, se os professores falassem mais rápido.
E o problema não é só o tempo — é o baixo nível dos entrevistadores, que não conseguem extrair nada dos convidados.
Tive um insight, tempos atrás, de que em todos os programas jornalísticos ou esportivos, quem a gente vê dando opinião nos vídeos são os chefes. Antigamente, as pessoas tinham que trilhar o Everest para conseguir a legitimidade de expressar suas opiniões. Já a internet deu voz para qualquer um, por mais idiota e desqualificado que seja. Todos acham que devem ter uma opinião sobre toda a sorte de assunto, por mais neófito que seja. É o paradoxo da democracia da opinião.
Estava escutando um dos podcasts com Lincoln Almeida, um brilhante nutricionista. No entanto, a conversa longa e o baixo nível dos apresentadores fizeram com que eu enxergasse além do conhecimento técnico: percebi a banalidade da pessoa de Lincoln, em termos de nível cultural, gostos etc.
É o problema do homem parcial: sabe muito de uma coisa só, ignora todo o resto. Isso não o torna interessante além do que sabe tecnicamente.
Eu tento ser um homem total.
Mesmo com os homens parciais, eu extraio um pouco de cada um e me aproprio disso para me tornar o mais completo possível.
Com Lincoln, aprendi que "dieta" vem do grego diaita, que significa muito mais que alimentação: é um modo de vida. Um estilo que leva a um propósito. Ou ao seu oposto.
Quando eu digo que faço dieta, isso se reflete no meu corpo — e é resultado de uma série de comportamentos, hábitos e decisões que comunicam algo às pessoas ao meu redor, sem que eu precise dizer uma só palavra.
O contrário também é verdadeiro: um corpo negligenciado revela uma vida negligente. Preguiçosa. Repleta de excessos.
E quando eu consigo, com minha dieta, um determinado resultado, e comparo com outras pessoas, isso evidencia a força de quem persevera e a fraqueza de quem desiste. Dos fracassados. Ou dos que nem começaram.
ESPÍRITO, CORPO E RITUAL
Mas é bom lembrar que o espírito também faz parte do corpo. É o mais importante. É o que nos torna humanos.
Se meu estilo de vida compreende, enquanto me exercito, escutar um podcast, uma aula, ou ler, ou ver um filme artístico, ou escrever o que aprendi, então estou alimentando não só o corpo, mas a alma.
A cada hora dedicada a essas atividades, me distancio uma hora a mais de todos os demais.
E isso, somado ao longo de 365 dias — enquanto os outros permaneceram parados, imóveis — mostra, no final, a diferença brutal de evolução.
E a decisão de assinar o Repositório de Dopamina, com inúmeras aulas de desenvolvimento pessoal — justamente nas áreas em que ainda tenho gaps —, para me aprimorar enquanto me aprimoro, enquanto outros gastam com álcool, drogas ou OnlyFans, é simbólica da minha dieta.
Como Lincoln diz ao atender bilionários: eles são diferenciados em todos os sentidos. Não é à toa que são tão ricos. Menos de 1% da população.
Ora, se eles são bilionários em dinheiro, eu posso ser bilionário em conteúdo e saúde — e converter isso, inclusive, em dinheiro. Que virá. Um dia. Naturalmente.
O abismo que meu estilo de vida criou entre mim e os outros será, em algum momento, evidente.
O que destaca Lincoln é ser um nutricionista que estuda estoicismo. Isso já o diferencia.
Mas, diferentemente dele, eu não estudo apenas uma corrente filosófica. Estudo todas, de modo holístico.
E somo a isso o aporte da cultura e da literatura.
Ora, como diz Clóvis de Barros Filho: "Não se ensina uma pessoa a ter brio."
Se algo é para só para um por cento de humanidade, então esse algo também é para mim.