“É noite: dormem todos os espíritos que dançam. E também o meu espírito é um espírito que dança.
É noite: dormem todos os espíritos que riem. E também o meu espírito é um espírito que ri.”
– Assim Falou Zaratustra
“A arte é longa, a vida é breve.”
– Hipócrates
A arte e a cultura são, sem dúvida, aquilo que de mais elevado a humanidade produziu. A espiritualidade, por sua vez, é a tentativa nobre de sublimar a miséria da condição humana. E se há beleza em me manter disciplinado em minha rotina física, seria cômico se eu me esquecesse do intelecto – os gregos, com sua simetria entre corpo e mente, já haviam ensinado essa fórmula há milênios.
Nada na minha página – ou no meu site – é por acaso. Desde a paleta de cores até as ilustrações, tudo segue padrões e estilos artísticos definidos. Essa frivolidade sublime de transformar tudo numa experiência estética se fundamenta numa ética sensorial: não existe, a priori, o bom ou o mau — existe apenas o que agrada ou desagrada aos sentidos. E essa é a única ética que posso admitir: uma ética estética, onde forma e fundo se fundem numa mesma intenção.
Se alguém diz que quem escreve por mim é o ChatGPT, isso não me incomoda. Argumento raso. Minha escrita é demasiadamente humana. Se a ferramenta está disponível para todos, por que então só eu extraio dela um conteúdo com essa densidade? Talvez porque a máquina não substitua o espírito — apenas o amplia para quem sabe direcioná-la.
Vejo que o Recanto funciona como o mercado de alimentos: a maioria busca pelo hiperpalatável – fácil, doce, raso. O que eu entrego é mais parecido com um carboidrato complexo: denso, nutritivo, exigente. Ainda assim, procuro trazer sabor. Não me recuso a temperar o texto, mas meu tempero tem substância.
Claro que é bom contar com as 15 pessoas que me leem a cada texto. Mas seria interessante alcançar 100 leituras, como Leila Angélica. A diferença está no que se está disposto a fazer. Eu não estou disposto a abrir mão da integridade por alcance. No entanto, posso – e vou – fazer o melhor dentro da proposta em que acredito. Prefiro ser coerente com minha visão do que popular à custa de concessões que me esvaziariam.