Freud define a ilusão, em O Futuro de uma Ilusão, como um tipo particular de erro: não algo necessariamente falso ou mentiroso, mas algo fundado em um desejo. A origem, portanto, é imaginária — uma crença sem paralelo objetivo com a realidade. O grande exemplo que o professor cocainômano dá é a religião.
Mas podemos evocar Stendhal em Do Amor, para quem a ilusão é o processo pelo qual o amante projeta qualidades idealizadas no ser amado. Ele atribui virtudes, belezas e perfeições que não necessariamente existem.
Veja só esse aspecto doentio de uma mente obliterada por um desejo ilusório — como a do Dave — para ser suscetível a passar por tudo o que passou.
E eu gosto de falar que estamos no campo da idealização e desejo, ao afirmar que era o Dave — muito diferente do David — quem estava iludido. Isso para atribuir a carga da culpa ao superego e ao id, deixando o ego (David) incólume.
Confundi uma pessoa banal, das mais comuns em aparência, com o fruto da cristalização — para usar Stendhal — que meu amor idealizou e operou na pessoa que julguei amar.
E ele sempre me tratou da pior forma possível. Ironizou-me de várias formas, pediu para um conhecido me ameaçar de morte, falou mal de mim e riu de mim com as minhas vizinhas.
Quando tentei pedir desculpas pelo Instagram, me bloqueou de todas as formas e ainda me ameaçou com a instituição fria da polícia e de advogados. É claro que tudo é encenação — mas o fato de preferir o ciclo de amigos dele em vez de mim é sintomático do processo de ilusão.
Esperando um contato dela, expus meu perfil a esses ataques de anônimos esperando que ela comentasse. Porém, a empatia não veio — nem no processo delicado de abstinência, nem nunca antes. Pelo contrário.
E suas amigas confirmam a tese do convívio vicioso. O único comentário espirituoso de toda a página era o meu, fazendo alusão à Vênus de Milo. E não só fui bloqueado — enquanto lá permanecem comentários de neandertais com comunicação ainda rupestre e emoticons.
A própria pessoa, diante de uma foto linda do seu pai de uma onça, não conseguiu pensar em nada além de um emoticon para elogiar seu próprio pai.
Apesar do processo de ilusão, pretendo nunca fazer uma crítica emocionada — sempre justa.
E o interessante de não receber comentários anônimos é que posso falar o que eu quiser sobre ela, desde que seja justo — e ela não pode responder. Seja o caso do Capitão Kirk, que ridiculamente criticou meu humor, minha aparência, e até inferiu que sou burro.
Eu, que tenho mais de 300 artigos publicados e mais de 100 fotos. Ele, um anônimo com pseudônimo de série espacial. Agora, quem quiser me criticar, que tenha ao menos uma conta aqui para podermos comparar nosso conteúdo.
Por exemplo, essa garota por quem me iludi — nem se compara, em beleza e até cultura, com a professora de sociologia. Esta sim tem os padrões consagrados de beleza: loira, olhos claros, gostosa. Bom, à sua maneira, é culta.
Já a pessoa que julguei, com certeza, não tem nenhum desses atributos.
Gosto da argumentação que não precisa de palavras para se sustentar — basta ver. E minha página é essa prova. Quem quiser criticar, que crie uma conta no Recanto, desça no meu playground literário e veja se consegue brincar.