A MARCA DA PEDERASTIA E A MARCA DA VADIA

A marca da vadia, uma amiga um dia me disse, é a mulher que tem tatuagem no cóccix. A teoria é que a mulher quer ficar bonita pro macho de quatro. Um amigo foi além e disse que mulher que tatua o cóccix tem predileção por sexo anal.

Não vejo muita ilação. Tipo: “Eu vou tatuar meu cóccix e depois dar o c…”

RITOS MASCULINOS E INSÍGNIAS DO ENRUSTIDO

Agora, a marca da pederastia: é igual a de um amigo do primeiro trabalho, quando eu era jovem aprendiz. Ele brincava zoando os gays enrustidos — os que gostam de brincar, que batem a toalha na bunda de outro macho e provocam:

“Ah, mas duvido você vir aqui e tirar minha sunga, você não tem coragem, duvido você… você me comer.” 

O CORPO INSULTADO

Parece a crítica do tal Capitão Kiki, que disse que minha boca é tão pequena que nem dá vontade de beijar, que meu nariz nem é retilíneo e bonito, que meu queixo nem é delimitado por uma barba sexy, que meus ombros largos e fortes são ridículos, que minha barriga é reta e lisinha demais, cafona, que eu todo sou ridículo!

Pederastia enrustida detected.

CAPITÃO KIKI E O CINISMO DE QUEM NÃO SE OLHA

Agora, vou analisar o tal conteúdo de alguém que se auto intitula “Capitão Kirk”, igual em Star Trek. Qual a possibilidade de ele ter mais de 40 anos e não estar acima do peso?

E como analisar o conteúdo de alguém que coloca acento circunflexo em “côrte”, que nem deve saber o que é uma paroxítona, e fala que eu escrevo com erro de ortografia?

A CORPOLINGUAGEM E O SEXY SEM ÓRGÃOS

Acho que o sexy no homem é quando ele se torna um corpo sem órgãos, longe da lógica conservadora dos órgãos. É uma energia disruptiva, ativa, que escapa de toda categorização.

Agora, esse parvo fã de bonequinhos interestelares não entende uma palavra do que eu disse e falou pra eu procurar emprego até sexta — talvez pra eu ficar gordo e medíocre igual a ele.

A ELEGÂNCIA COMO CAPITAL SUTIL

Amigo, mesmo não tendo um salário, eu sou mais elegante e fino do que empresários, médicos, advogados que têm salário de dois dígitos. E vivo melhor. Tenho mais categoria e capacidade intelectual. Erudição? Seria até covardia falar.

Isso porque a aristocracia, como diria Nietzsche, não depende de renda. É uma coisa de espírito nobre. A maior fonte de desigualdade e distinção é o bom gosto e o garbo.

A PRÁTICA COMO ESTILO, NÃO COMO MODA

E a elegância é uma atualização e prática constante. Eu não comecei ontem. É um trabalho de toda uma vida. Você simplesmente não muda a chavinha e diz: “Ah, agora eu vou ser elegante e culto.”

Eu não consigo me vestir mal, claro, porque eu não tenho roupa feia ou de mau gosto. Qualquer combinação que eu faça vai sair melhor que sua camisa engordurada de anime ou séries idiotas, Capitão Kiki

CONTRA A ESTÉTICA DO SEM PRAZER

Eu não acredito no cara talentoso que não se mostra. No intelectual que não escreve. No comentário que não sabe nem pontuação. No bonito e atlético de sofá. No engraçado que não ri de cara fechada. Igual a médica, com sobrepeso, que os pais pagaram os melhores colégios e universidade pra ela não saber que o verbo “haver” no sentido de existir não flexiona, que se expressa com emoticons e gestos, por falta de palavras, que sua elegância é moletom, tênis e camiseta preta. Bom, pra ser médico assim, eu prefiro ser paciente. Era melhor gastar dinheiro com cocaína que investir numa pessoa assim. Nem da pra gostar ou sentir pena de uma pessoa assim e seu ambiente aristocrático em mediocridade.

Tudo isso é sintoma de uma vida sem prazer.

Sendo que minha ética é a da seriedade do inútil, do riso, do lúdico, da inocência pueril e infante — e por que não — do orgasmo dos dias.