IMAGINA O RESTO...
Que se, como disse o comentário que você pode ler aqui > QUALQUER UM PODE DISCORDAR DE MIM: https://daveledave.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=8375935
do “capitão Kiki”, eu sou feio e burro, então fico preocupado com o resto da humanidade.
Que o amigo dele, Mrs. Vader, abaixo — que deve ser da mesma turma, cuja intelectualidade provavelmente é fã de Nolan e de séries espaciais, como Star Wars —
Um parvo tão retumbante que consegue a proeza de acentuar uma palavra oxítona de uma sigla, como “diz”. Seria cômico, se não fosse trágico, e só mostra o nível intelectual daqueles que me criticam.
Porque, nesse caso, não há muita esperança para os demais.
Mas, em sua crítica ressentida e apavorada, há verdades. Por exemplo: eu tenho complexo por ter sido ex-gordo. Sim. E é justamente por isso que eu faço tudo para não sê-lo mais. Eu não gosto de gordos porque eles só sabem reclamar e comer. Eu também gosto de reclamar e comer, mas ajo — e faço de tudo para mudar.
Enquanto eles ficam com os dedos lambuzados de Fandangos e a camisa manchada de gordura, eu treino. E meu mérito está na minha abordagem holística do processo: mesmo em movimento, ainda escrevo, leio e estudo. Tudo vira conteúdo. Não busco perfeição ou ser perfeccionista. Mas, como diz Rousseau, busco perfectibilidade — que é a condição do homem e que nos difere dos animais: sempre evoluir, e não ficar preso a uma condição atual.
Eu não quero ser perfeito hoje, num texto de hoje. Mas busco o texto e a versão mais perfeita de mim amanhã. Isso passa pela concisão, clareza, coerência do meu conteúdo, pelo refinamento do estilo, no meu método de tecelão de ideias — que uma autora aí está tentando roubar. Mérito dela, pelo menos ela faz Letras, enquanto a maioria aqui nem isso. Porém eu não consigo lê-la até o final de tão chato: o que eu li não é tecelagem ou costura, é um emaranhado de fios e ideias sem coerência. O pensamento tem que fazer sentido. Tem que ser elegante. Senão é um vômito sem sentido.
Em voga está essa coisa de “mindset”, “mindfulness” — que nada mais são do que a mentalidade vencedora e o amor fati de Nietzsche. Ora, mas a mentalidade pode ser ruim se voltada para algo ruim, e o amor fati pode ser trágico se nos condena a amar um destino ruim. Por isso, pretendo mudá-lo.
Não há nada ruim em si mesmo, mas de acordo com o contexto. O cigarro pode ser bom, se ajudar a superar outros hábitos ainda piores, como o vício em cocaína. E chocolate pode ser positivo, se ajudar a controlar a glicemia ou atrelado a momentos afetivos — como alguém com depressão que ganha um bolo de chocolate da melhor amiga.
Outro ponto que o anônimo falou: que eu sou custeado pela mamãe. Pois bem: muitos só se formam e suas ambições são reflexo da mediocridade da própria família. Não legam para a posteridade nada além de sua miséria, igual Brás Cubas — e ganham viagens e carros tudo do pai ou da mãe.
A diferença é que, graças à minha mãe, eu sou quem sou. O resultado disso é cultura, elegância, poesia em movimento. Já eles estão na parede com um pedaço de papel que só serve para limpar a bunda, carreiras medíocres e excesso de tecido adiposo.
Ser raro é ser um por cento da população — ou menos. E, se eu estou no Recanto das Letras, por ser um site de nicho, você já pressupõe que eu ocupei toda a vaga dos raros por aqui. Sim, sem minha mãe eu não seria quem sou. Mas ainda sem ela, eu daria um jeito de bancar a minha vida. Seria muito mais difícil, mas é só adaptação e planejamento. Nada do que ela faz por mim eu não seria capaz de fazer sozinho. O principal benefício que ela tem na minha vida é existir e ser minha mãe. E o meu é pegar esse carinho que recebo e converter no melhor resultado possível, para alcançar a melhor versão de mim mesmo.
Quanto a trabalho: para mim, é questão de honra assistir à próxima Copa do Mundo inteira, no ano que vem, já que na última eu estava internado. Mas tudo mudou de lá para cá.
Quando eu me inserir novamente no mercado de trabalho, no ambiente privado, com certeza crescerei — não por mérito, mas porque os outros são muito ruins. Por isso não me preocupo com o futuro: só em melhorar.
E meu projeto físico? Eu tenho mais de um ano para fazer um intensivão e alcançar não o shape perfeito, mas o mais perfectível para mim.