Matthew McConaughey, ao fazer Clube de Compras Dallas, caiu de 80 para 55 quilos comendo uma maçã por dia.
De modo semelhante, Christian Bale, em O Maquinista, desapareceu — e, no mesmo ano, explodiu novamente, passando dos 50 para mais de 80 quilos para viver o Batman, e mais ainda para Trapaça (American Hustle).
Esses corpos não mudaram por prazer, nem por saúde. Mudaram por trabalho. Por contrato. Por papel. Por resultado. Por profissão.
Um fisiculturista vive em constante transformação: anabolismo, catabolismo, definição, bulking — e não porque isso o faz feliz. Mas porque isso é sua entrega. Seu ofício. Sua vida.
E não apenas os super-homens.
Trabalhadores comuns. Estudantes. Estagiários. Motoristas de aplicativo. Faxineiras. Enfermeiros. Gente que trabalha doze horas por dia. Dorme pouco. Come mal. E ainda estuda pro vestibular, pro concurso, pra promoção.
Tudo isso em nome de um sucesso futuro. De uma felicidade adiada. Que muitas vezes nunca vem.
É comum alguém ir pra balada, beber até cair, e mesmo assim trabalhar no dia seguinte. Sem dormir, com enxaqueca, com ressaca moral. Mas não falta. Vai.
Agora treinar no outro dia? Ler um livro? Meditar? Fazer um alongamento? Comer bem? Aí falta.
Não temos com a nossa saúde o mesmo compromisso que temos com o nosso salário.
Não temos com a nossa alma o mesmo compromisso que temos com o nosso chefe.
Por que não tratamos a felicidade com o mesmo rigor que tratamos o trabalho?
Será que a felicidade vale menos que dinheiro?
Dói ouvir alguém terminar um treino e dizer: “Tá pago”.
Pago pra quem, cara pálida?
A quem você deve?
Que contrato você assinou pra fazer 3x15 e sair com essa cara de fatura quitada?
Que carrasco é esse com o chicote no seu lombo?
Como algo que você faz pra sua saúde virou um boleto?
Felicidade não se paga. Saúde não se deve.
Alimento não é o mesmo que produto alimentício. Um produto ultraprocessado pode parecer comida, mas é outro bicho. É embalagem. É marketing. É química que não nutre.
Mesmo dentro do mundo “fitness”, há mentira embalada em whey.
Nem tudo que é fitness é saudável.
Fitness é sobre desempenho. Estratégia. Corte. Estética. Performance.
Saúde é outra conversa.
Coca Zero é fitness. Mas jamais será saudável.
Porque não nutre. Porque não repara. Porque não regenera.
Um Yakult pode ser saudável — mas tome três por dia e ele vira vilão fitness.
A linha é tênue. O critério é o contexto.
Até mesmo o chocolate pode ser a coisa mais saudável do mundo… se te mantém no caminho. Se te dá paz. Se te evita um surto.
O que te aproxima dos teus objetivos — inclusive espirituais — é mais saudável que qualquer rotulagem da Anvisa.
É urgente, amigos.
A felicidade está em jogo.
A saúde está em jogo.
E não nos céus. Não no paraíso. Não depois da morte.
Aqui mesmo. Na Terra. Na carne. No agora.
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