É difícil saber onde termina a estética e começa a saúde, quando elas deveriam ser indissociáveis — a não ser nas intervenções farmacológicas ou cirúrgicas antinaturais.
A estética é saúde. Ela reflete saúde. E saúde só se alcança com uma atitude estética.
A saúde é a melhor forma de intervenção estética. Ela afina o rosto, melhora a aparência e até a pele. É impressionante como se pode prever a saúde de uma pessoa pela qualidade da epiderme. A doença se manifesta ali — primeiro na pele.
E não há estética sem simetria. Uma barriga disforme em um corpo musculoso jamais será bonita. O corpo começa pelo centro: o abdômen, a sustentação.
Eu vejo mulheres bonitas que, por estarem mais cheinhas, perdem parte de sua beleza — há gordura no rosto, nos glúteos, nos contornos.
À medida que perdem percentual de gordura, perdem também a gordura do rosto. O excesso se esvai e seus traços naturais ressurgem. Ficam curvilíneas. Nenhuma cirurgia proporciona isso. A curva autêntica é resultado de coerência entre o estilo de vida e o corpo.
Mas estética não é só imagem. Estética é beleza, e beleza é arte, cultura, elegância, moda, gosto.
Bom gosto é uma escolha estética — e dificilmente alguém sem saúde fará boas escolhas estéticas.
A saúde é uma questão de escolhas, hábitos, consistência. Quem tem maus hábitos alimentares, quem usa drogas, quem vive na inconsistência, não consegue sustentar um corpo belo — porque esses são hábitos concorrentes e mutuamente excludentes.
Não adianta alguém cheirar cocaína achando que, por ter mais energia e comer menos, terá resultados. O hábito e o prazer da droga roubarão a motivação. E motivação é o combustível da ação.
O curioso é que a motivação não garante o sucesso da ação — mas é ela que faz você prosseguir. A motivação está em ver suas ações refletirem suas intenções. Em ver que seu corpo, seu estilo, suas escolhas, expressam seu pensamento, sua identidade.
Quando as pessoas olham para você e percebem, só pela aparência e elegância, que ali há disciplina, esforço, saúde — isso é estética.
É possível perceber nos olhos o brilho da saúde. E perceber no olhar opaco, na pele cansada, quem vive de ultraprocessados, álcool, drogas. Há algo que o espelho denuncia sem piedade.
E isso não é apenas aparência. É caráter.
Caráter é o quanto suas ações são coerentes com suas palavras. Quem diz uma coisa e faz outra — não tem caráter.
Mas a boa notícia: a falta de caráter não é uma condenação. Nossa única condenação é a liberdade.
Fui incoerente, já fui sem caráter — e por isso sei o valor da transformação.
Hoje, quando as pessoas conseguem prever minhas ações, veem coerência entre meu discurso e minha prática. Veem o exemplo. Meu modo de viver é uma estética encarnada, porque minha individualização se expressa na saúde, na estética e no humor. Faço questão de valorizar esses pilares.
E quando passo a ser confiável — não é por palavras, é por presença, resultado e permanência.
Pra encerrar esse papo de coach motivacional — mas sem gritos nem jostea — cito o autor conservador Roger Scruton, que escreveu sobre a importância de permanecer com o que importa.
Permaneça com aquilo que te faz ser quem você é. Com o que vale sua atenção e esforço. Com os valores que estruturam sua identidade.
Permaneça com a pessoa que você escolheu amar. A pessoa que entende, respeita, e até protege você.
Isso é estética.
Isso é saúde.
Isso é riso.
Isso é vontade de potência.
Isso é alto desempenho.
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