Amoral não é o mesmo que imoral. Ser amoral significa ter uma filosofia de vida que não parte da moral tradicional. A minha moral é a do bom gosto: valorizar o que me faz bem, o que eleva minha energia vital. O mal, tautologicamente, é o contrário disso.
Sou apátrida porque não sou nacionalista. Sou antropofágico, mas sem nação. Um andarilho que nunca saiu do Brasil, mas mesmo assim absorve culturas de fora — digere símbolos, estilos, ideias.
Sou agnóstico, mas crente.
Como diz aquela anedota: dois monges decidiram que Deus não existia. No dia seguinte, um deles continuou realizando sua liturgia. Indagado sobre isso, respondeu: "Sim, mas o que Deus tem a ver com minha fé e minha liturgia?"
Não gosto de me limitar por religião, por moral de rebanho ou por regionalismo. Fazer o que os outros fazem me torna igual a eles — e ser igual é não ser.
Preciso me alimentar, cultural e fisicamente, daqueles indivíduos que almejo ser no futuro. Não para imitá-los, mas para absorver o que me convém. Antropofagicamente.
Eu roubo um pouco de todas as minhas influências para criar algo novo em mim. E sim: o que eu roubo é meu, porque fui eu quem roubou.
Há uma diferença entre roubo e plágio: o roubo é apropriação criativa. O plágio é falsificação. O roubo transforma. O plágio copia.
Não me visto de acordo com minha classe social ou meu trabalho atual, mas com a classe social e o trabalho que desejo ter. Isso tem funcionado para mim.
Ao me vestir, eu me expresso. Ao ler, eu me expresso. Ao criar, eu me expresso.
O intuito é influenciar pela imagem — como uma obra de arte que marca e atravessa gerações. E não ser só mais uma cópia da cópia da cópia.
Como se diz em Clube da Luta: "a copy of a copy of a copy."
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