O NARCISISMO ALTRUÍSTA
Há o mito de que Narciso é aquela pessoa fútil que só se preocupa com a própria imagem, como algo negativo. O autocuidado e o desenvolvimento pessoal nunca são demais ou negativos, se voltados a si, em aspectos internos e que se pode controlar. É a sabedoria estoica: não devemos focar naquilo que não está sob nosso controle.
Esse amor-próprio, de conhecer-se, é a sabedoria mais antiga que há — muito diferente do narcisismo tóxico que inveja e ressente.
O corpo é, sim, símbolo do autocuidado e comunica algo às pessoas: sua rotina, modo de vida, alimentação, ética. Ele é templo do pensamento e das boas ideias. Um corpo doente não pode produzir qualidade de pensamento.
A evolução constante é uma meta inalcançável, e eu não compito com ninguém além de mim mesmo. Eu não tenho certeza se a pessoa que amo, por depender de si, estará comigo daqui a seis meses — mas posso garantir que, daqui a seis meses, eu serei uma pessoa muito melhor.
A definição estética e corporal é você ter o que mostrar com simetria e não ter nada a esconder. Muito diferente das críticas que enfrento das minhas inimigas recalcadas, que não têm nada para mostrar em suas páginas intelectuais — e, pelo contrário, seus corpos e falta de elegância as fazem perder desde o início.
Em vez de exercer o narcisismo tóxico, a fórmula é o narcisista altruísta: cuidar de si. Porque cuidando de si, é a melhor maneira de cuidar e inspirar os outros. Não se faz nada de melhor pelo outro do que fazendo por si mesmo — com metas e objetivos inalcançáveis que eu mesmo estabeleço.
A sabedoria de saber que o tempo em cultivar a mim mesmo não tem preço. E não importa o que os outros acham por eu abrir mão disso para ganhar mil, dois, três ou dez mil reais a mais.
Na maratona que é a vida, eu pretendo encará-la com o preparo de um Ironman ou de um triatleta.
Mas o meu corpo, meu percentual de gordura baixo e minha elegância não seriam nada sem a espiritualidade do meu humor e do meu conteúdo.
AMÉM.