SEJA O CIENTISTA DE SI MESMO

#OraçãoLaica

O BEM E O MAL SÃO EXPERIÊNCIAS

Pai, seria heresia dizer que não há algo bom ou ruim a priori?

O ruim e o bom dependem da experiência empírica, sendo o bom o que nos faz bem, e o mal o seu contrário.

Dessa forma, junto o juízo sintético a priori kantiano com a vontade de potência de Nietzsche de forma muito coerente.

O ERRO DAS CAUSALIDADES CONFUNDIDAS

O grande erro é confundir causa e efeito numa relação errada de causalidades.

Por exemplo, o jejum não é bom ou ruim por si só, embora alguns vejam nele a fonte de mais clareza mental, disposição e emagrecimento.

Mas para quem precisar de energia, pode ser contraproducente.

JEJUM E A EXPERIÊNCIA DO RAMADÃ

No Ramadã, quando se entra em jejum, há refeições voluptuosas antes, e eles comprovam a crença no jejum justamente pelo efeito de bem-estar que ele causa em seu corpo.

É assim a medida de verdade e mentira para as pessoas: o bem é o que traz bem-estar, o mal só pode ser o contrário.

MITOS, JEJUM E EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL

Os estados patológicos dos mitos da Bíblia vêm disso: Jesus ficou dias no deserto sem comer, daí só poderiam surgir alucinações de quem falou e foi desafiado pelo próprio diabo.

Mas o próprio jejum, como desafio físico e metafísico, traz um benefício recompensador, e isso basta para associá-lo a algo divino.

A SINGULARIDADE DO INDIVÍDUO

Se cada indivíduo é singular e único, o que vale para alguém pode não valer para mim.

Os experimentos científicos levam em consideração a média de indivíduos avaliados segundo determinado princípio e tese para confirmá-la ou refutá-la.

Ora, mais vale o indivíduo aplicar a suas teses em si mesmo sob avaliação do bem e mal nietzscheano: o bom é o que aumenta a potência, o mal o seu contrário.

O CORPO COMO LINGUAGEM DA IDENTIDADE

O meu físico, a minha aparência, a minha elegância não são uma questão de narcismo ou futilidades, pelo contrário. São expressão de amor próprio e cuidado de si. Quem não cuida nem de si mesmo, como poderá cuidar do outro? Essas coisas fazem parte da minha identidade; antes mesmo de eu falar, comunicam a minha rotina, hábitos, passado e presente, sem que eu precise me apresentar ou me justificar. É uma forma atual de me mostrar ao mundo.

Da mesma forma, a falta de higiene, negligência, ignorância, falta de forma física e saúde, o cheiro de cigarro e bebida, a barriga — tudo isso também comunica meus valores e o que as pessoas podem esperar de mim.

UM MANDAMENTO PARA A VIDA BOA

Gosto desse mandamento divino para a vida boa: avaliar o bem e o mal.

Espero que ele também agrade a ti.

Amém.