Não importa se o diabo é metáfora ou algo demasiadamente real, Pai. Eu só sei que ele é contrário a Ti, que és criação.
Na teoria freudiana, o diabo é o instinto de morte, contrário ao de vida. É ele que coloca uma névoa em nossos olhos, impedindo-nos de fazer a Tua vontade — a vontade criadora, da potência singular que é a nossa própria.
Durante um tempo, eu vivi uma vida que não era minha, aquém da minha potencialidade.
Depois de muito tempo, consegui coincidir minha capacidade e talento de modo coerente comigo mesmo. Eu sou sempre o que acordou cedo. Fui exemplo — não para a sociedade — mas porque meu corpo é assim: disciplinado, mas não para os outros; disciplinado para mim mesmo, em assuntos do meu interesse, focado.
Não é na força que me distingo, mas no engenho e na criatividade — que é instinto de vida.
E a névoa me impediu de viver minha vida pra viver a vida do entorpecente. Eu, que nunca gostei do efeito, nunca compus bem com meu corpo e tampouco gostava do sabor do álcool.
Meu negócio sempre foi café, porque não gosto de leite — desde os 6 anos, talvez. Sempre compôs bem a bebida preta comigo. Nunca tomei Toddy; sempre café com pão e mortadela. Hoje, obviamente, não como mais nem pão francês nem mortadela.
Deus é Deus porque Ele tem informação — e com ela criou o mundo.
E com informação, tenho a meta de 2.300 calorias diárias. Dessas, reservo 450 (20%) para alimentos prazerosos, desde que apenas 5% do total consumido venha de açúcar adicionado — abaixo da recomendação da OMS, que diz que o máximo é 10%.
Assim, fico abaixo dos 5% e ainda tenho espaço para comer pizza, ou qualquer coisa que eu queira. Ou seja: diariamente tenho prazer com controle absoluto — e isso me torna mais potente. O contrário da vontade do instinto de morte.
Eu só sei fazer as coisas dessa forma: com informação.
Pra mim, o conhecimento é prazeroso desde que ele gere algo. Não gosto da palavra “vaidade”, que em Eclesiastes diz que tudo é vaidade.
Vaidade é algo supérfluo. Não gosto de ser chamado de vaidoso. Meu cuidado próprio, distinção e elegância são parte de quem sou, de mim. E o fato de eu ter sido relapso por um tempo mostra a intensidade da névoa que eu estava vivendo.
Na minha felicidade atual, até a presença de quem amo é indiferente — se ela me quer, me ama mesmo, ou se um dia estaremos juntos.
O que o amor que eu sinto por ela tem a ver com o dela por mim?
Meu negócio é ser fiel a mim mesmo. Por isso digo que a amo: para não mentir pra mim. Se é recíproco, tanto melhor. Se não, tudo bem também.
Assim como produzo muitos textos ao dia — e nem estou preocupado com audiência —, abaixo compartilho números:
Se os autores mais lidos do Recanto têm menos de 200 leituras num texto em uma semana, eu tenho 252 em menos de 48 horas. Certamente, fui o autor mais visitado da plataforma.
Como dizia Elis Regina — que não pôde se recuperar, porque o diabo (instinto de morte do vício) a levou cedo —: “Ela dá o tiro, quem mata é Deus.”
Eu dei o tiro de metralhadora da minha produção. As vítimas, quem faz és Tu, Pai.
Mas como eu crio, não produzo morte — produzo vida.
Amém.