Pai, Filho e Espírito Santo compõem Deus.
Mas na filosofia dos agenciamentos de Deleuze, quando temos contato com uma obra de arte, nos reconhecemos nela. Ela fala conosco — e dizemos: então sou eu.
Alguns artistas nos atravessam mais que outros.
Vou nomear minha Trindade. Personagens da vida e da literatura — ou seja, mais reais ainda.
Nietzsche, Godard, Ovídio.
E, como espectros vivos dessa tríade, me compõem também:
Antoine Doinel, o errante sentimental.
Hans Castorp, o paciente do tempo.
Seth Coen, sim, ele mesmo — a grande surpresa.
(E com a elegância estratégica de um Chuck Bass, só para deixar as inimigas perplexas.)
E ainda Ulisses — claro.
Como os Três Mosqueteiros que são quatro.
Roubo-o para mim.
Mas não entrego tudo de bandeja.
Quem quiser, que vá atrás.
Quem souber, saberá.