Hoje inauguro um novo estilo e gênero literário no Recanto: o Twitter no Recanto das Letras.
E a regra é clara: textículos, com zero caracteres no mínimo, obviamente, e no máximo 280 — como na rede do Yellow Musk.
Na verdade, com isso, resgato a vocação natural das pessoas por aqui: transformar isso numa rede social. Estão mais interessadas em proselitismo vazio, em fazer amizades e trocar leituras no 69 literário.
E a literatura? As palavras? O conteúdo?
Ficam em segundo, terceiro... décimo plano.
Acho minha proposta válida. Afinal, há criadores de gêneros de poesia que, em vez de libertá-la, a amarram numa fórmula.
O resultado?
Em vez de gerar beleza — seja pela simetria ou pela beleza da linguagem (que é a principal vocação da poesia) — tudo isso é escanteado. Tudo para que possam dizer: "fui eu que criei isso".
Falam com orgulho do Redonde, Camaquiano, Descrescente… Mas se esquecem do fundamental: criar através da linguagem.
Preferem enquadrá-la numa fórmula pasteurizada. Triste fim da liberdade poética.
Mesma coisa das panelas literárias. A maçonaria das letras. BVIQ, KYX, KY... sei lá as siglas. Grupos de siglas que formam grupelhos que se retroalimentam.
Amigos, aprendam algo importante: toda obra de arte é individual.
É resultado do esforço criativo, do gênio, da verve artística de uma só pessoa — não de uma panela.
Da Vinci pensou e pintou a Monalisa sozinho. Pintar a Capela Sistina foi ideia dele. Os Girassóis de Van Gogh? Ele fez sozinho.
A arte não permite panelas.
Ela é — sempre foi — uma expressão individual.
O Recanto virou Twitter: textículos, likes, panelinhas e siglas misteriosas. A poesia? Amarrada em fórmulas. A arte? Solitária, livre e sem hashtag. Van Gogh não pediu curtida. Da Vinci não entrou em grupo. Arte não se escreve em bolha. #literatura
A regra é clara: não usar ilustração, manter a mesma formatação, preferencialmente sem nada e cor preta. E o resto é igual a lei de GIL: só não pode dar o C... o resto pode tudo.