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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

TEM UM “HOMBRE” NO MEU BOLSO:



O RECANTO DAS LETRAS, ORGULHOSAMENTE, APRESENTA:
 


 

A Autodefesa do Leitor

Ninguém melhor do que eu mesmo para me defender…

 

Li, como um exercício de sofrimento, a condenação de Moro contra Lula — conhecida mundialmente por dois fatos: não conter provas e ser muito, mas muito mal redigida. E para quem vê o Moro falar, se expressar, ao lado da sua “conja”, Rosângela, sabe que, se linguagem é pensamento, dali não poderia sair nada de qualidade.

 

Se o Direito lida com linguagem e escrita — ainda que técnica —, ninguém melhor do que eu para exercer a autodefesa, alguém que de fato lê e escreve. Analisando o nível médio cultural e intelectual de nossos magistrados — mesmo da Suprema Corte —, vê-se que eles podem saber mais de leis do que eu, mas de leitura e escrita? Jamais. Cultura, então… salvo Gilmar Mendes. Porém, no todo, ainda muito aquém de mim, modéstia à parte. Com a diferença de que tenho 33 e ele mais que o dobro da minha idade.

 


 

A Escrita como Arma de Defesa

Por isso, ao redigir minha defesa contra uma acusação, sabia que faria um bom trabalho — ainda que usando uma linguagem que não domino e nem gosto: a técnica, ainda mais a jurídica. Mas é linguagem, é escrita, não tem segredo. E entendi porque ela é assim: ao apresentar os fatos, é o melhor método para disfarçar sua falta de concisão. Dá para enrolar. E ainda que vise ser objetiva, essa suposta rebuscamento da linguagem é totalmente fora de propósito.


Então escrevi os fatos à minha maneira. E, pela acusação fraca, nem tive esforço para rechaçá-la. Mas a lógica da comunicação continua a mesma — e vocês sabem que minha escrita é voltada para o embasamento. Emprego lógica, retórica, clareza.

Por isso, levei a luta para o meu terreno natural: a linguagem escrita. No grito ou na força, talvez tivessem alguma chance — mas na argumentação escrita, nem uma multidão me derruba. Você não vence Hades no inferno, Netuno no mar, e eu… na minha casa.

 

Nietzsche dizia que ele só lutava por causas ganhas — esse era o método desde que estive sozinho na luta.

 


 

A Revolução Invisível

E eu guardo coragem e força suficientes para mudar o mundo ao berro da força de vontade. Mas prefiro fazê-lo em silêncio, quieto, no meu mundo. Essa guerra com paz e flores. Essa revolução invisível.

 

Nada do que é altivo no homem — e raro, forte — surge do coletivo. Sempre da força individual. Nenhum grande livro é feito por mais de uma mão. E os roteiros se banalizam depois da sala de roteiro. Ora, os grandes roteiros e histórias são trabalho de um só gênio. É totalmente falso que mais cabeças pensam melhor que uma. Elas produzem o resultado de muitas forças que só podem gerar algo medíocre.

 

Agora, o raro é resultado de uma vontade de potência expansiva, cuja condição para acontecer é silêncio, solidão e força de vontade.

 


 

Retórica ou Silêncio

Ainda Nietzsche dizia que a dialética socrática é um método reativo. Concordo. Mas cada situação pede uma abordagem. Eu prefiro expor minha vontade de potência calando meu adversário com base na minha retórica.

 

Porém, às vezes é mais inteligente deixar os inimigos falarem e se complicarem sozinhos. Foi o que eu fiz com um sujeito — um elemento — que nem dá pra chamar de ser humano.

 


 

A Gravação como Espelho

Ele chamou testemunhas — totalmente parciais, pois funcionárias do local — mas não contava com minha sagacidade de, antes, ir ao banheiro para ganhar tempo e gravar a conversa, usando ele contra ele mesmo. A estratégia foi dar corda e deixar ele falar.

 

Na conversa, ele me tratou como criminoso, acusando-me de usurpação de função pública, roubo de provas, e me tratando como criminoso sem apresentar provas — um Sérgio Moro falando portunhol. Com a presença da segurança. Ameaçando minha mãe, a funcionária mais antiga do posto, achando que iria me intimidar.

 

E no final, quando fiz as perguntas certas, ele se alterou, mostrando uma postura incompatível com a de um médico: despreparo profissional e emocional. E pior: abusou do abuso de poder e autoridade, exalou corporativismo. E sem eu alterar a voz, até pediu minha exclusão do programa de benefício. Só porque, ao invés dele, mantive a calma e altivez.

 

E as vezes que falei foi pra cutucar a ferida purulenta dele — essa minha capacidade de psicólogo de reconhecer a decadência e tocar no que é mais sensível com finesse e elegância. E ele perdeu a linha.

 

É uma pena minha amiga Flora não me ajudar. Com certeza ela iria pensar nas consequências jurídicas e penais contra ele com todas as provas que tenho — ao contrário dele.

 


 

Violência:

Porém, esse ser — que não é humano — está no Brasil pelo programa Mais Médicos, um benefício de integração como o meu. E, do alto do seu salário de dois dígitos, pedir por corporativismo minha exclusão do programa — eu, que sou vulnerável, que sequer ganho um salário mínimo, e tenho que gastar com suplementos e academia — é de uma violência subjetiva, objetiva e simbólica, todas as categorias de Zizek, que não há nem palavras para expressar.

 

É um tapa na cara da moralidade. Um chute no saco da ética. É mais vergonhoso que o 7 a 1. É abjeto. Pequeno. Asqueroso.

 

E mesmo assim, ele se sentiu menor do que eu — mesmo eu não falando nada. Porque, por tudo que expus aqui, ele de fato é menor.

 


 

A Reação dos Fracos

Nietzsche diz que é típico das naturezas fracas esse instinto de agir imediatamente contra um estímulo — sem pensar, se irritar, sem considerar as consequências.

 

E foi isso que ele fez.

 

Agora vai ter que arcar com as consequências. E eu irei dificultar ao máximo para que sejam complicadas de refutar. Não por vingança. Nem pessoal. Quando é vingança e pessoal, me rebaixo à pessoa que acusa.

 

Mas sim para mostrar, como diz Clóvis, sobre a moral das hierarquias. Que é falso o que Habermas diz — que as pessoas estão em pé de igualdade nas relações. Porque elas usam sua posição de poder para exercer seus apetites e vontades, segundo seus capitais de legitimidade, como falava Bourdieu.

 

Isso até — claro — encontrarem alguém mais forte e competente pelo caminho. E foi exatamente o caso.

 

Mas ainda assim, eu desejo sorte às minha inimiga. Porque elas vão precisar.

 


 

O Peso da Coragem

E a consequência, pra mim?

 

Foi só que na quarta-feira, eu andei meio encurvado e lentamente. É porque havia um “hombre” no meu bolso.

 



DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 15/05/2025
Alterado em 15/05/2025
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