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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos


O SOCIÓLOGO DO RECANTO DAS LETRAS RETORNOU:

(ATUALIZADO)



O RECANTO DAS LETRAS, ORGULHOSAMENTE, APRESENTA:


 

Eu, o Émile Durkheim do Recanto, o Max Weber dos escritores amadores, o Bourdieu das relações sociais na escrita, o Marx das relações de produção na literatura — mais propriamente, do Recanto das Letras — estou de volta.

 

Em termos de mediocridade, o site nunca me decepciona. Eu não cheguei aqui ontem, e está imperando a lógica, além da orgia de troca de leituras, o “pode copiar, mas não faz igual”. É admirável a mudança de conteúdo, tom e formatação de alguns autores e como tentam imitar um certo autor com nome duplicado. Porém, miram em mim e acertam, sei lá, no Paulo Coelho.

 

Na verdade, há um certo academicismo e linguagem técnica em textos que me fazem parar na primeira linha. Nada de valor literário e conteúdo saiu ou sai do mundo acadêmico, com seus jargões tão inadequados para a linguagem lírica. É claro que grandes pensadores foram catedráticos, porém só produziram algo de valor depois que saíram das universidades. A linguagem técnica desfavorece a beleza e o pensamento. E não é admissível, a não ser que você seja um Kant. Mas, convenhamos: não há nenhum Kant aqui — nem mesmo da Shopee.

 


 

Woody Allen e a Beleza da Marginalidade

É simbólica a trajetória de Woody Allen, com quem muito me identifico. Ele, um intelectual e cineasta culto — como vemos em seus filmes — cresceu na periferia de Nova Iorque. É autodidata, nunca pisou numa universidade e, mesmo assim, se tornou culto, fã de música, cinéfilo. Sua origem foi no humor.

 

Aliás, seu bom humor e a fuga pelo riso são algo com que sempre me identifico. Com a diferença de que ele é feio, baixo, esquisito, e eu sou elegante, atlético e bonito.

 

Sobre o fato da predileção dele por garotas colegiais, e se nisso tenho semelhanças, eu prefiro não comentar para não produzir provas contra mim mesmo. E também — diga-se de passagem — ele namorou belas mulheres, suas atrizes protagonistas: Diane Keaton e Mia Farrow.

 


 

Fellini, a Musa e o Espelho do Tempo

Fã de Bergman e Fellini. Aliás, ao tentar homenagear o famoso filme Oito e Meio do italiano, o resultado foi patético e nada cômico: um filme sério de Woody Allen sobre sua carreira, um dos piores da sua longa trajetória.

 

Oito e Meio foi o primeiro filme que vi de Fellini. Devia ter uns 21 anos. Considerando que é um filme de 1963 e eu fui ver só em 2013, não é muito meritório da minha parte. É sempre estranho assistir a filmes inéditos com décadas de distância — e a impressão que eles lhe causam.

 

Fellini me surpreendeu muito nesse filme, mesmo sem entender de cinema como entendo atualmente. É cômica a cena, no filme de Woody Allen, Annie Hall, em que ele está com sua namorada para ver um filme de Fellini e um cara começa a dissertar sobre o diretor. Isso irrita qualquer um.

 

Mas é notório que Fellini é um diretor técnico, com amplo domínio do ofício e da mise-en-scène. Em seus filmes, em cada cena há muitos personagens e coadjuvantes, figurantes — muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Isso se justifica: a origem de Fellini é da televisão e do circo. Sua direção é de teatro.

 

Em Oito e Meio, as cenas em que Fellini reproduz seus sonhos — a técnica empregada de juntar o onírico com o real, numa linda fotografia em preto e branco — é admirável. A cena inicial do carro, e a do homem que vira uma pipa… É um filme sobre a carreira de Fellini, cujo alter ego é o personagem cineasta interpretado por Marcello Mastroianni, que, como o italiano, até então tinha feito 8 filmes e estava sofrendo um bloqueio criativo para o nono, decidindo se internar numa estação de águas. E justo o nono filme é uma obra de arte chamada Oito e Meio: um filme sendo feito dentro de um filme. Genial.

 

Fellini consagrou a expressão dos artistas mambembes, da fé, dos bon vivants de Roma, do humor e — principalmente — virou sinônimo de um certo tipo de mulher: a “coroa peituda”, presente em vários de seus filmes. É o biotipo de mulher favorito do aclamado regista italiano.

 


 

O Peso do Tempo e a Elegância da Decadência

É meio anacrônico também assistir ao filme com um delay de meio século, porque as musas já não são mais as mesmas. E não vale a pena pesquisar sua imagem envelhecida. Monica Vitti, Anita Ekberg, Brigitte Bardot, Anna Karina… o tempo não faz bem às musas.

 

Já há alguma coisa no escuro da sala de cinema que parece conservar os homens. Scorsese continua com uma sobrancelha marcante e charmosa. Woody Allen está mais bonito — ou menos feio — do que nos seus filmes. Michael Haneke, um cineasta da alta costura, é um gatoso, um gato idoso. E os cineastas do renascimento da Hollywood continuam inteirões, como Paul Thomas Anderson, Wes Anderson. Lars von Trier e Gaspar Noe parecem ter a idade do meu irmão, mas têm quase a dos meus pais.

 

A velhice assenta bem nos homens, desde que com elegância e cultura. A beleza nas mulheres começa a fugir a partir dos 30, quando Balzac imortalizou a mulher balzaquiana. Daí em diante, é só ladeira abaixo.

 


 

Contra a Baixeza: Um Esclarecimento de Classe

Isso que parece digressão não o é. É só para dignificar um texto e mostrar minha diferença de cultura entre mim e uma autora que me chamou de assediador.


Eu ainda fui educado com ela: chamei-a de bonita e talentosa. Quando analisamos sua foto e conteúdo literário, de fato, foi um baita exagero e galhardia minha,. Sim, eu liguei pra ela à noite, mas foi sem querer e porque achava que ela era outra pessoa — a pessoa que amo. Se não fosse essa confusão, é improvável que eu sequer um dia interagisse com essa autora.

 

E o telefone dela, seu Instagram, são públicos — estão disponíveis para qualquer um que pesquise o nome dela. Se ela é tão requisitada e não gosta de assédio, por que deixa público, para qualquer um, seu telefone de contato?

 

Como diz no filme de Godard: toda mulher, por mais feia que seja, acha-se digna de ser amada e procurada. É como na música A Banda, do gênio Chico Buarque: quando vê a banda passar, a mulher feia vai à janela pensando que ela canta pra ela.

 

Porque a minha banda toca só pra quem eu amo.

 

Mas ela tem os comentários dos autores de quinta série no Recanto. Não precisa de mim, de alguém da minha estirpe, pra nada. E, de fato, pelo seu mau gosto, é com esses que ela interage. Já os meus comentários são de um assediador, preconceituoso, imbecil.

 

 

 


 

Conclusão com Espelho

 

Pode até ser.

 

Mas hoje em dia? Atlético, culto, elegante e bonito.

 



DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 05/05/2025
Alterado em 05/05/2025
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