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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos


VOCÊ ME ACHA EXIBIDO? Tem toda razão.

 


 

A Beleza Tem Método

Sim, os meus looks do dia no Recanto são uma maneira de me exibir. Mas engana-se redondamente quem pensa que isso é por vaidade. É o método que uso para registrar minha evolução pessoal — não só para mim, mas também para a pessoa que amo.

 

Meu último look, que aliás estou muito bonito, teve apenas duas visualizações. Considerando que uma fui eu mesmo e, se a outra foi a pessoa que amo, isso para mim já é suficiente. Mas, como estou tão bonito, vou compartilhar o link novamente.


Meu look do dia no Recanto: sem legenda.

 

https://www.recantodasletras.com.br/memorias/8315397


 

A Exibição É Estratégica

Há método na exibição dos meus looks — não é nada gratuito. Por exemplo, aos domingos eu posto foto sem camisa. Com certeza, não é simplesmente para exibir meu físico e meu sex appeal elevadíssimo, mesmo atualmente. Serve, principalmente, para eu acompanhar meu histórico de evolução a cada semana.

 

Pra mim, cuidar do físico é sair totalmente da zona de conforto. Porque onde me sinto confortável mesmo é estudando e lendo. Para algumas pessoas, poderia ser o contrário: os marombeiros estão na zona de conforto deles.

 


 

O Abdômen Filosófico

Levo a sério esse meu projeto de definir o abdômen. Não é leviano.

 

Porque um homem ter barriga contra a genética — e ainda defini-la — passa uma mensagem para as pessoas sobre o tipo de vida que ele leva. Para conseguir isso, supõe-se que a pessoa tem uma dieta equilibrada, não bebe álcool, não se entrega a prazeres fáceis da gula, como doces, fast food ou processados.

 

Para alcançar a proeza de ter 10% de gordura corporal ou menos — igual a mim, que só como proteína leve, carboidratos integrais e complexos, não ingiro açúcar e sigo uma suplementação e rotina de atleta.

 

Eu gastava uma fortuna com entorpecentes, patrocinando o tráfico. Hoje gasto quase a mesma quantia, mas com suplementação: whey protein, BCAA, glutamina, creatina, vitaminas, fosfatidilserina. Todos são complementares e têm funções diferentes. A última, por exemplo, reduz o cortisol e ajuda a melhorar foco e humor. Ou seja, a suplementação além de melhorar a saúde, ajuda no anímico — o contrário dos entorpecentes.

 


 

Intelecto Não Se Droga

Uma pessoa que usa entorpecentes não pode ser boa intelectual.

 

O Reinaldo Azevedo já apontou que nunca conheceu alguém que faz uso e seja competente intelectualmente — com exceção do ex-dono da Folha, que infelizmente morreu: Otavio Frias Filho. De fato, brilhante. Os artigos dele podem ser encontrados no site da Folha — que só não são melhores que os meus, hehe.

 

Mas a questão é que ele consegue ser intelectual apesar de fumar maconha, e não por causa dela. Os entorpecentes fazem oscilar a energia do corpo, desfocam do presente e nos fazem pensar sempre na próxima dose, sem contar os inúmeros efeitos adversos — que não levam à vida, mas à morte.

 

Exatamente o oposto de quem pratica exercícios diariamente e, ainda mais, com rigor de hábitos, dieta e suplementação adequada.

 


 

Werther, Camus e o Sentido

Em Os Sofrimentos do Jovem Werther, nas suas correspondências, ele debate com o namorado de Lotte, sua paixão, sobre o valor do suicídio — que, para Albert Camus em O Mito de Sísifo, é a questão mais importante da filosofia.

 

O debate segue essa lógica: para o interlocutor de Werther, o suicídio é expressão de fraqueza — porque morrer é bem mais fácil do que viver. Enquanto para Werther, que vê as coisas segundo uma cadeia de necessidade, dizer que o suicídio é uma questão de fraqueza equivale a afirmar que estar doente e morrer da doença é uma questão de fraqueza — que o indivíduo não tem escolha.

 

Ele usa o exemplo de uma jovem de pouco espírito, encontrada morta, e traça um perfil psicológico do seu suicídio. Era uma jovem banal, com um cotidiano anódino, que certa feita encontra um homem e sua vida passa a ser exclusivamente dedicada a ele — até o dia em que é rejeitada, sua vida perde o sentido, e ela decide findá-la.

 


 

Cultivar a Si Para Amar

Esse exemplo mostra perfeitamente o erro de se colocar o sentido da vida em outra pessoa, por mais que a amemos. Porque os sentimentos de uma pessoa a gente não controla — podem mudar a qualquer momento.

 

Mesmo a pessoa que amo: eu não quero conquistá-la valendo-me do simples fato de ela me amar, mas sim no cultivo de mim — para que seja inviável ela deixar de me amar, ou que perca com isso.

 

E, de certa forma, mesmo que ela me deixe, as qualidades que cultivo permanecerão comigo, independente dela. E, se não servirem para ela, podem servir para outra pessoa.

 


 

A Força de Deixar a Terra

Nietzsche veria semelhanças entre a doença e o suicídio, porque ambos indicam a força do indivíduo que quer se desprender da Terra — por isso sucumbe à doença e deseja deixar a vida.

 

Então, todos seriam sintomas de indivíduos fracos. Todos que se voltam para um exterior em vez de si, praticando niilismo passivo ou reativo, voltando suas orientações para paraísos fora da Terra.

 


 

Scarface, Megalomania e Exibição

Fazendo um paralelo com o cinema, na icônica cena do filme Scarface, de Brian De Palma, vemos exatamente a morte do protagonista Tony Montana, numa egotrip ocasionada por cocaína — achando que poderia enfrentar os bandidos que invadiram sua mansão sozinho, até que acabou executado na sua própria sala com o globo mostrando sua megalomaníaca trip cocainômana: The world is yours.

 

 

Apesar de ser a versão mais famosa do filme, nem de longe é a melhor. Ele é baseado no filme de 1932, filmado por Howard Hawks — um clássico do film noir, que figura entre os 100 maiores filmes de acordo com a conceituada revista francesa Cahiers du Cinéma.

 

Apesar da atuação de Al Pacino ser iconoclasta, nem de longe é uma das melhores atuações do ator ítalo-americano. Aliás, Al Pacino é muito supervalorizado. Sua atuação em Scarface é caricata, embora reconhecida — mas nada que é caricato pode ser natural. Muito diferente da atuação original no filme de Hawks, em que tudo é mais sóbrio.

 

E, para ficar num grande filme de De Palma: Os Intocáveis mostra a diferença de uma grande atuação — de um grande ator de fato: Robert De Niro.

 


 

A Melhor Exibição

O paralelo com o início do texto é que é melhor ser exibido para si mesmo — ou mesmo para quem se ama — do que ressentido com o mundo exterior ou com quem nos rejeita.

 

Assim, de fato: The world is yours — mas não com um desfecho trágico igual ao do filme.

 

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 22/04/2025
Alterado em 22/04/2025
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