Uma das minhas atribuições como regulador, além de atender o público para agendar consultas pelo SUS, é tirar as pessoas da fila de espera conforme vão surgindo vagas.
E não para por aí: depois de agendar, eu ainda tenho que entrar em contato com o paciente para informar sobre o agendamento. O ideal seria ligar, mas para ser mais rápido — e, principalmente, para deixar uma evidência documental de que entramos em contato — o WhatsApp é melhor. Fica tudo registrado.
Uns mais retrógrados preferem digitar toda a mensagem para cada paciente. Outros, um pouco mais inteligentes, copiam e colam e só mudam os dados.
Mas o David vai além.
Eu criei um formulário no Word — quase um sisteminha — para otimizar o preenchimento das informações. Só vou alimentando os dados e pronto.
Vejam abaixo:
Aqui eu inclui um campo pra especialidades cadastradas e basta selecionar.
aqui eu mudo de boa tarde e bom dia.
E inclui um calendário para datas.
e, por fim, eu bloqueei o arquivo para não ser possível alterações fora do campo.
E aí, eu só copio e colo a mensagem no WhatsApp. Quase não tenho o trabalho de digitar nada. E tudo sai rápido, padronizado e sem erros.
Desde Ford, sabemos que em atividades repetitivas, o melhor método é a produção em larga escala. Mas eu detesto esses serviços automáticos que não requerem pensamento.
Só que mesmo neles… eu penso.
Tem um ponto negativo em fazer tudo muito rápido: acabo trabalhando muito mais.
Termino esse serviço e, logo depois, já estou atendendo o público ou fazendo outra coisa. Não quero ser ombudsman do funcionalismo público, mas percebo que muitos preferem demorar no mesmo serviço para, no fundo, fazer muito menos. Alguns até se escondem ou fogem do atendimento ao público, que exige muito mais traquejo do que um serviço manual.
E, se puderem dificultar as coisas de forma “conveniente”, o fazem. Só pra não terem que trabalhar mais. Por exemplo: em vez de ligar, mandam simplesmente um WhatsApp — não pela eficiência, mas pela preguiça.
Eu, não. Eu estou com a espinha ereta, com a consciência limpa. E vou embora todos os dias com a certeza de que fiz o meu melhor — muito além do que minha remuneração justificaria.
Tudo isso pelo bem do próximo. Pelo bem dos necessitados.
Acho que fica evidente: tudo o que eu faço, eu faço bem-feito.
Essa é uma lição que aprendi aos 16 anos, no meu emprego com Ezequiel. Isso vai desde a clareza do texto oficial — que deve ser direto, representar o posto, e passar agilidade e eficiência — até a forma como cada informação é organizada.
Quer ver a diferença? Olha como era a última mensagem que usávamos… e no que eu transformei:
E aí… quer pagar quanto?
Meu irmão diz que meu sisteminha é um caso do Brasil que deu certo. E se alguém me pergunta como eu fiz isso, eu respondo:
Não é bruxaria. É tecnologia.