Médicos muitas vezes falam de saúde, mas eles mesmos não a têm para si. Exibem, em sua maioria, corpos que denunciam sua própria negligência. E, apesar de pertencerem a uma das castas sociais mais elevadas, raramente possuem um conteúdo condizente. São poucos os que têm domínio básico da língua portuguesa.
Se o pensamento é constituído por linguagem, como pode a qualidade do exercício da profissão de um médico ser elevada se o próprio pensamento dele é exíguo?
Considerando que, ao longo de sua trajetória, tiveram acesso aos melhores colégios, é uma negligência imperdoável não saberem escrever nem o básico. No máximo, sua escrita se limita a copiar uma hipótese diagnóstica com base em um CID-10 pesquisado na internet. Seu conteúdo e domínio da língua portuguesa costumam ser tão pobres e grotescos quanto sua caligrafia — ou melhor, seu garrancho.
Ora, médicos com letra ilegível poderiam ao menos redigir seus textos em computador, mas a maioria permanece analfabeta funcional, tanto no aspecto digital quanto intelectual. E eu nem sequer menciono elegância, bom gosto e cultura, pois aí a maioria é puro deserto.
O corpo dos médicos condiz com a falta de conteúdo, a letra torta, o repertório cultural limitado e o mau gosto estético. A maioria exibe barrigas salientes, que mal cabem nos jalecos, e nenhuma preocupação com estética — dentro de uma casta que tem todas as condições de se vestir bem, viver bem e com elegância.
O fato de um escriturário como eu ter um iPhone 16 Pro Max, vestir-se impecavelmente, exibir alto sex appeal, saúde, um corpo quase irretocável, e um conteúdo e repertório que dispensam apresentações, deveria ser motivo de vergonha para eles — mesmo para os veteranos. O que eles têm a mais do que eu, mesmo aqueles de idade semelhante? Apenas dinheiro. Mas dinheiro, sem bom gosto e espírito, não é nada. Sempre perderão para minha altivez inata, aristocrática.
O mais espantoso é que, por estudarem anatomia e conhecerem o corpo humano em detalhes, os médicos teriam todas as condições de se nutrir e alimentar com qualidade. Eles são plenamente capazes de analisar metabolismo, interpretar exames de sangue, urina e fezes, suplementar com precisão — mais até do que nutricionistas.
Para treinar, sabem exatamente onde ficam os músculos e como fortalecê-los — mais do que quem cursou Educação Física. E, no entanto, não se cuidam.
Eu, por exemplo, estou estudando o corpo humano, os músculos, pelo menos para entender minimamente como ele funciona. Para aprender a fazer massagens linfáticas, pedi para o ChatGPT gerar imagens que me mostrassem onde estão localizados os linfonodos do abdômen ou próximos a ele. Assim entendi os movimentos mais eficazes para drenar líquidos e estimular o peristaltismo intestinal.
Também pedi imagens dos músculos abdominais para entender como exercitá-los melhor. Descobri que o abdômen se divide em reto, oblíquo e transverso. E que, para conquistar um “six pack” bem definido, é preciso trabalhar todos eles e manter o índice de gordura corporal abaixo de 10%.
Por isso, faço massagens linfáticas, exercícios de core, sigo uma alimentação saudável, ingiro água, tomo detox, uso crioterapia, entre outras práticas. E, se os resultados não aparecerem, mudarei de estratégia. Simples assim.
O mais lamentável é que os médicos, mesmo com toda a facilidade de já saberem como o corpo funciona, não têm o cuidado, a eficácia nem a preocupação em treinar, se alimentar bem ou expandir seu conteúdo cultural.
Seria cômico, se não fosse trágico.