Eu sou bom demais pra ser verdade, mas sou de verdade.

Mesmo sendo rejeitado por quem amo, eu tenho consciência de que sou o homem com que ela sempre sonhou — ou até superei as expectativas. Alguém que a completaria perfeitamente: engraçado, espirituoso, carinhoso, inteligente, educado, com uma aparência invulgar e até sex appeal. Tenho um corpo bonito, segundo o feedback que recebo de algumas mulheres — bonitas, com corpos esculturais — que se despedem de mim com um “obrigado, amor”… e outros sinais.

Acho que estar confiante e com a saúde em dia atrai, até inconscientemente, o olhar feminino. Um homem assim parece gerar bons filhos. Desperta desejo físico, sexual, e às vezes até paixão — que, no fundo, não passa de um mecanismo biológico contra a traição. Temos gostos parecidos. Eu sou interessante, falo sobre diversos assuntos e, com certeza, seria uma ótima companhia.

Ela não poderia sonhar com alguém melhor.

Entre o desejo e a rejeição

E eu escrevo. Dedico. Me entrego.

Enquanto isso, algumas mulheres dariam tudo para ter meu amor como ela tem. Para serem cobiçadas dessa forma. Mas ela me rejeita solenemente. E justamente eu, que tenho a vocação de ser fiel e amar somente a ela. Vai entender…

Mesmo me amando, do jeito enviesado dela. Mas é aí que está: as mulheres que me elogiam ou são muito mais velhas — e têm a embriaguez da idade — ou são jovens que não falam nada, mas não sabem disfarçam o olhar, ou então mulheres muito confiantes, como eu.

Já quem eu amo, apesar de ser linda, sexy, elegante, inteligente, carinhosa e educada, às vezes me parece que não tem confiança em si. Talvez tenha medo de algo que me escapa, mesmo sabendo do meu amor incondicional por ela.

Ela vai florescer

Mas um dia ela vai confiar. Vai acreditar tanto em si mesma quanto em mim.

E tão valioso quanto o amor que ela possa dedicar a mim é o amor que ela dedica a si mesma — com o cultivo de si. E eu a amo tanto, e sei o quanto ela é especial, que jamais a “roubaria” da família ou dos pais sem o consentimento deles. Porque a família sempre tem prioridade. Porque ela só é quem é por causa deles.

Eu não posso reivindicá-la pra mim, a não ser que isso me seja concedido com a bênção deles — possibilidade remota — ou que ela seja tão independente que me escolha por livre e espontânea vontade, mas sem deixar de amar e respeitar sua família.

Nada de Montéquios e Capuletos

Ainda que não seja o ideal, eu aceitaria — se nos completássemos em ajuda mútua. Contanto que não vivamos como Capuletos e Montéquios, mas que todos saibam: eu trataria a filha deles como algo sagrado — como ela é pra mim. E certamente é pra eles também.

Jamais permitiria que algo ruim acontecesse com ela. Pela promessa do nosso amor em jogo.