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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

A Reação Alérgica que Minhas Inimiga Me Causa

 

Só uma força ativa é capaz de reagir a um acontecimento tirando dele uma potência interna para transformar a si mesmo ou criar uma obra de arte.

 

Os fracos, por outro lado, ou se voltam contra o objeto do ressentimento ou revivem o acontecimento em um eterno ciclo de dor. Ressentem e ressentem, sem jamais superar. Diferente dos organismos fortes, que absorvem a experiência e evoluem, esses indivíduos, incapazes de transformação, direcionam sua energia para destruir o outro. Daí nasce o recalque, a inveja e o espírito de vingança.

 

A Arte Como Resposta

Houve um acontecimento crucial na minha vida: a rejeição, em 2015, de quem amo. Mas, em vez de ressentir, em vez de querer apagar essa pessoa da minha vida, eu reagi. Estudei, melhorei, me tornei uma versão superior de mim mesmo. Minha própria criação como obra de arte.

 

Não queria que ela me dissesse “não” uma segunda vez. Não queria experimentar de novo o sabor amargo da rejeição. Se eu tivesse me entregue ao ressentimento, ela teria seguido sua vida, enquanto eu permaneceria estagnado – o mesmo David de 2015, com os mesmos gostos, a mesma aparência, o mesmo corpo. Mas não. Eu cresci, evoluí, estou mais belo, mais sofisticado e sigo melhorando a cada dia. Meu projeto ainda está em curso: conquistá-la e viver o sonho de compartilhar o cotidiano com ela.

 

A Rotina do Aperfeiçoamento

Hoje, por exemplo, acordei às seis da manhã. Tomei banho, meus suplementos, preparei meu próprio café – uma tapioca saudável e um suco de laranja feito por mim. Treinei até o horário do almoço, em casa mesmo, e, nos intervalos, escrevi e escrevi.

 

Depois, descansei, li, me inspirei. Fiz meus registros do dia, almocei fora com uma bela companhia do passado e, à noite, produzi meu primeiro áudio espontâneo. Treinei novamente, fechei com uma pizza, tomei meus remédios e logo estarei dormindo. Amanhã, tudo de novo.

 

O segredo está na consistência: dar o seu melhor a cada dia e acreditar no processo. Enquanto eu treino na área de casa, meu vizinho gordo solta pipa. Deve ter seus quarenta anos e se alegra em cortar a linha das crianças. Às vezes, sua esposa aparece para perguntar se ele está com fome – imagino que sim, porque soltar pipa deve ser um exercício exaustivo. O movimento repetitivo dos braços deve ser quase uma musculação. Isso explicaria sua forma arredondada.

 

E eu prefiro treinar aqui, sob olhares discretos. Questão de foco.

 

Agora, o que me espanta é a esposa aceitar um homem de mais de quarenta cuja maior paixão é soltar pipa e comer salgadinhos. Eu, por exemplo, tenho um óculos de realidade virtual caríssimo da Meta, com jogos incríveis que poderiam me ajudar a perder peso. Mas está empoeirado. Prefiro priorizar atividades físicas reais e leitura. Como diz o título brasileiro do filme de Bob Rafelson: Cada Um Vive Como Quer. Ou melhor, como pode.

 

Criar Como Resposta

Amanhã, espero a visita do meu irmão e sua família com meu sobrinho o que pra mim tem um poder aditivo e revigorante.

 

E como reagi aos ataques das minhas inimigas? Criando. Pela manhã, escrevi dois textos de verve artística – bem-humorados, ácidos, com meu estilo inconfundível. Um deles, um registro do look do dia, porque a elegância me define e a distinção não se compra:

 

Essas coisas não são, para mim, senão um símbolo da superioridade aristocrática do meu espírito. A perfeição da toalete está na simplicidade absoluta – a melhor forma de se destacar. Distinção não se compra. Ou nasce com você, ou não nasce.

 

O segundo texto foi um artigo cultural sobre música, um exemplo claro da diferença entre o que produzo e o que meus adversários tentam escrever. Um golpe de qualidade e conteúdo literário.

 

E, por último, como resposta aos fundamentos de que sou parte de uma seita

 

Meu áudio espontâneo, sem script ou ensaio, apenas com tópicos. Um áudio de quatro minutos com mais referências culturais do que meus oponentes conseguiriam citar em toda a sua produção literária. Mas talvez eles façam uma perícia no áudio para ouvir se não havia alguém soprando no meu ouvido. Ou, quem sabe, eu estivesse com um ponto eletrônico? Sim, isso explicaria minhas pausas… Ou talvez eu tenha recebido a inspiração de um daimon, como Sócrates recebia.


que você pode escutar aqui: É Possível o AMOR por quem nunca se ouviu a VOZ?
 

O Perigo da Ignorância

No fim das contas, não posso ficar perto de gente ressentida. Ignorância é contagiosa – e faz mal para a pele.

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 15/03/2025
Alterado em 15/03/2025
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