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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

A Revolução de Deus é Invisível e Silenciosa

 

A Criação e a Vontade de Potência

Deus é tudo aquilo que significa vida, criação, o verbo, ação. Tudo o que se opõe à vida, portanto, é maligno. O contrário do bem, de Deus, da existência, é a destruição. A vontade de potência é um bem divino, a força criadora do homem, a própria manifestação de Deus em nós, buscando se afirmar e se expandir.

 

Por isso, a arte e a cultura são personificações de Deus na Terra. São os lugares onde o humano se assemelha ao divino. Quem não gosta de cultura, quem deturpa a arte ou a destrói, está na ordem do maligno e se opõe à vida.

 

O sexo também é divino, pois é criação, é perpetuação da existência. É a própria personificação da vida. Por isso, dá prazer. Por isso, nossa vontade de potência o busca: porque, através dele, expandimos nossa espécie e nossa força criadora.

 

A Verdadeira Força que Move Montanhas

Para esse Deus criador, não é a fé que move montanhas, mas a vontade de potência.

 

A fé e a esperança apenas fazem você acreditar em algo que não existe, esperar por algo que falta. Mas a vontade é ação. Quando quis ganhar mais dinheiro, não tive fé ou esperei ganhar na loteria. Eu criei uma empresa. Quando quis me tornar mais culto, não esperei que o conhecimento fosse adquirido por osmose. Sentei, li, estudei, assisti a horas e horas de aulas e palestras—o equivalente a um curso de medicina, uma especialização, um mestrado, um PhD em horas contadas.

 

O conhecimento não desce pelo Espírito Santo. Você não engravida dele como a Virgem Maria engravidou de Jesus. Ainda não inventaram o download instantâneo da erudição—para o azar dos ricos. Não dá para fingir sabedoria sem ter estudado o mínimo.

 

Por isso, não me preocupo com os outros—porque isso é demoníaco. Eu me preocupo comigo mesmo. Se quero ter um corpo definido, não vou comer feito um porco, fazer uma oração e esperar um milagre. Não existe pílula mágica. O que existe é acordar às seis da manhã, treinar até as onze e meia, seguir uma dieta rigorosa de segunda a segunda, suportar treinos intensos e abdominais até o músculo se recuperar.

 

Se quero conquistar a pessoa que amo, tenho que me tornar o tipo ideal que ela não possa dizer “não”. Se quero ser um bom pai de família, preciso retomar os passos que me levaram para longe desse ideal e corrigi-los. Não posso esperar sentado.

 

A Revolução que Importa

Por mais que discordemos deles, algumas frases dos comunistas fazem sentido. “Chega de teorizar, agora é preciso agir para fazer a revolução.” Mas a revolução de Marx é demoníaca, porque não é artística nem criativa. É destrutiva, sanguinária. Não apregoa a singularidade, mas a igualdade. E os seres humanos não são iguais. Qualquer ideologia que tente igualá-los é idiota e só pode descambar em violência.

 

Marx estava certo ao dizer que é preciso agir para fazer a revolução. Mas a revolução não pode ser voltada contra um inimigo externo—o capitalista, o comunista, o judeu, o esquerdista, o estrangeiro—porque isso é ressentimento. E ressentimento é característica de organismos fracos. Ou seja, é demoníaco e contrário à vontade criadora de Deus.

 

A verdadeira revolução de Deus é silenciosa. Não é contra o outro, mas dentro de si. É a criação de si como obra de arte, como modelo exemplar. E, através da sua própria imagem, inspirar pessoas. Amar ao próximo, como ensina o Evangelho. Não eliminá-lo. Porque eliminar é destruir, e destruir é negar Deus. Amar, sim, é um gesto de criação.

 

O Conhecimento Como Caminho para Deus

Lenin dizia que, diante de um problema complexo, a solução era estudar. E, se o problema fosse ainda maior, a solução era estudar ainda mais. Portanto, não se trata de ficar parado, esperando, tendo fé. Mas sim de ter vontade, força de vontade, potência—vontade de potência. De querer sempre mais, de criar, de se expandir. Esse é o verdadeiro movimento divino.

 

Mas reduzir tudo a uma visão maniqueísta—Bem e Mal, Deus e Diabo, esquerda e direita, Marx é ruim, capitalismo é bom, comunista é uma serpente do mal—é ignorância. E a ignorância, por ser o oposto da criação, é contrária à arte, à vida e a Deus.

 

A expressão do divino não está em negar a religião ou Deus, mas em saber o que convém e interpretá-los. A espiritualidade laica pode ser boa; já a dogmática, estou fora. Perseguição, hipocrisia, pedofilia—estou fora.

 

O mesmo vale para Marx. O Marx teórico, que analisou o capitalismo e revelou sua natureza destrutiva, eu respeito. O Marx sociólogo, sim. Mas o revolucionário sanguinário, voltado à destruição do inimigo, não me convém.

 

Sou capitalista, e sei que o capitalismo é o movimento que melhor expressa a vontade de potência, a condição humana e que mais trouxe avanços à humanidade. O próprio Marx reconheceu isso no Manifesto Comunista. Mas também foi ele quem apontou como o capitalismo pode ser nocivo, gerando desigualdade. Por isso, precisa ser controlado. Justamente porque é a mais pura manifestação da potência humana—e, sem limites, pode levar à anarquia.

 

É mais um exemplo da apropriação da Bíblia: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.”

 

A Prova de Deus

Outro trecho bíblico com o qual me identifico profundamente:

 

Deus me castigou severamente, mas não me entregou à morte.”

 

 

E Ele não me permitiu a morte, pois, de fato, sonda os corações e sabe que o meu é bondoso, ama o próximo e deseja, acima de tudo, fazer a Sua vontade, que é criar.

 

Ou seja, não me entregou à extinção da minha vontade de potência criadora. E essa vontade criadora é a própria expressão divina, o sopro da vida que habita em cada um de nós. Enquanto Deus me permitir viver, continuarei honrando e bendizendo Seu nome—através da criação de mim mesmo como obra de arte, amando meu semelhante como a mim mesmo e criando algo que vá além de mim.

 

E por que não? Fazendo sexo. Tendo momentos de prazer. Porque, na minha livre expressão e na minha visão de espiritualidade, isso também é divino.

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 11/03/2025
Alterado em 11/03/2025
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