Nietzsche diz que se retribui mal ao mestre ficando para sempre seu discípulo. É por isso que recebo com imensa felicidade a constatação de que um perfil, que eu passei a divulgar e sobre o qual fiz uma série de textos, ficou conhecido no Recanto das Letras—e seus textos recentes até superaram os meus em número de leituras.
Não citarei o nome, obviamente, mas até lhe dei um “Oscar” simbólico como uma singela homenagem. E ele merece o sucesso! Sei que ela não se importa com isso, mas eu fico feliz, porque tenho bom gosto e fui um dos primeiros a perceber e anunciar seu talento, antes que outros também o reconhecessem. Nietzsche também diz que o povo não sabe identificar as grandes coisas sem que alguém as apresente, e que o que tem valor não precisa ser demonstrado. O talento dessa pessoa está exatamente nessa categoria. E eu o apresentei. Coincidentemente (ou não), foi quando ela foi parar na parada de sucessos do Recanto, mas seus próprios méritos são inegáveis. Quem descobre o artista não é nada sem o talento do artista, que é o principal e se impõe.
Além disso, ela tem um estilo único. Antes, não se preocupava em se divulgar—postava um texto atrás do outro. Para quem não sabe, a página inicial do Recanto, que é a principal forma de divulgação da plataforma, só permite um texto por autor. Se você posta um novo, o anterior desaparece dali. O ideal, portanto, é esperar o texto sair naturalmente para publicar outro. Mas ela não fazia isso. Agora, talvez por falta de tempo devido ao trabalho, ela está mais criteriosa e posta um texto por dia, ou até com intervalos maiores, o que ajuda na repercussão.
Mas me intriga o fato de alguns textos meus terem o dobro ou o triplo de leituras dos dela e nem um terço da quantidade de comentários. Não sei se é porque meus textos são difíceis de comentar, se não comentam por recalque, inveja, ou se ela recebe tantos comentários porque, como dizem os Beatles, in the end, the love you take is equal to the love you make (No final, o amor que se dá é igual ao que se recebe). Mas eu dou tanto amor aos meus leitores através dos meus textos!
E o que eu mais gosto é que ela não usa a tática do “troca de leituras e comentários inúteis”—o famoso “me leia que eu te leio”. Tem gente que tem mais comentários do que textos publicados. Comentam tanto que vão acabar com tendinite! Mais comentários que leituras. Mas ela, não. Ela se divulga organicamente. Assim como eu. Por isso somos lidos e reconhecidos.
Parabéns! Seu talento é tão grande quanto sua aversão ao convívio social.