Se você planeja sair para um passeio literário no Recanto das Letras, uma advertência: evite os feriados. Vários motoristas de palavras apressadas e mal dirigidas podem se lançar contra você, atropelando seus pensamentos e escritos.
Da mesma forma, é perigoso sair na rua aos domingos, com uma quantidade inusitada de crentes soltos por aí, atacando a moda com seus paletós cujo defunto é maior do que seu corpo, camisas verde musgo e gravatas laranja — um verdadeiro atentado ao pudor e ao bom gosto.
Igualmente arriscado é sair em dias de lollapalooza, pois nunca se sabe quando você vai se deparar com um hipster de barba desgrenhada, camisa preta suada e encardida, alt star sujo e, para completar, um desodorante Rexona que consegue ser mais fedorento que o cheiro corporal de qualquer suvaco — ou, pior ainda, a junção com a cece.
E o paralelo é ótimo: entre os três, o hipster é um poser musical, o crente é um poser moral, e o domingueiro e feriado do Recanto é um poser de escritor.
É muito frustrante ver um texto bem produzido e elaborado nesses dias não ficar disponível nem 10 minutos na página de divulgação do site, atropelado pelos motoristas barbeiros da escrita de feriados. Mas tudo bem, quando a pista estiver livre, eu volto.
Eu comentei a lista da semana de textos do Paulo Miranda, na qual tenho 8 textos lá entre os mais lidos, mas ainda bem longe do pódio da premiação. Em uma semana, com 168 horas computadas, meu maior número de leituras foi 63 entre os 8 textos, e o menor foi 34, somando 371 leituras no total. A Lelia Angélica, primeira da lista, tem 184, o que equivale a dizer que eu sou o mais lido da semana, e o pódio é meu disparado! No final, o que equivale a dizer que eu sou o que mais escreve em termos de quantidade, qualidade e o reflexo é o número de leituras.
Para sobreviver aqui, uso táticas de guerrilheiro vietcongue para conquistar e manter meu espaço ao sol. Não abro mão das as táticas das polêmicas e títulos chamativos, mas sem divulgar nas redes sociais, a não ser organicamente no Recanto, para sobreviver no meio de gigantes como Lélia Angélica e ele, Paulo, que, com seus textículos, já chegou a mais de um milhão de lares. É impressionante! Somos guerrilheiros vietcongues, afinal.