Como dizem os versos de Drummond: “Hoje não cantaremos o amor.” O amor tentou pular o muro… e se estatelou! Não foi por amor que Aquele que amou os homens também foi pregado numa cruz?
E minha amiga Kathmandu, que não sei por que alguns maldosos insistem em chamar de KathPeru, Kath pega peru ou Kath quer peru — sendo que nem de peru acho que ela gosta, já que é público o relacionamento tórrido entre ela e a pele de gato. Esse casal lésbico que conquistou o Recanto das Letras e, quiçá, o Brasil! E é sabido que, se elas tivessem curiosidade por um peru, eu seria o primeiro da fila, porque o Paulo Miranda é casado e amante da brochura… E às vezes a capa dura dele falha devido a idade já avançada, tornando difícil dar conta de duas.
Então, Kathperu… digo, Mandu, diz que sou libriano em Vênus, movido pela beleza e pelo amor, e que, assim como Ovídio, só falo de amor. Mas o que falarei hoje, então? Falarei da sua ausência!
Todos devem se lembrar da musa da Sociologia que entrou no Recanto com o intuito de ensinar a disciplina, mas que, ao se deparar com minha beleza e finesse, apaixonou-se por mim tão abruptamente quanto Helena por Páris! E bem que, com isso, ela também quis instaurar uma guerra… Criou diversos perfis fakes que, reiteradamente, apagou por ciúmes. Autointitulou-se Little Funny e compartilhou detalhes íntimos e delicados de um abuso sexual na infância, em um ato de extrema coragem, que gerou vários comentários solidários. Mas, como apagou tudo, me pergunto: foi coragem ou uma forma de chamar atenção, assim como sua fuga?
É claro que o assunto é delicado, mas seria melhor encará-lo na solidão depois de já tê-lo exposto — só para não ter que conviver no mesmo espaço virtual que eu? Por me chamar de tóxico? Uma acusação que, às vezes, fazem por aí. Mas será que eu não fazia melhor sendo companhia do que ausência?
E a casa da Anita Mary, que, enquanto interagíamos, mudava sua foto quase toda semana, uma mais linda e sexy que a outra. Antes, ela mantinha a mesma foto de aparência de menina (embora também linda) por três anos. Seus posts mensais aumentaram para uns três por semana, coincidentemente com a faculdade e as tarefas de esfuziante de que mora sozinha e é dona de casa e mãe (de plantas)
Depois que ela me bloqueou e perdemos o contato, não só diminuiu o interesse pelas letras, como apagou sua foto de perfil! Enquanto meus elogios a incentivavam, como quem aplaude a dançarina a continuar a dançar! Agora, se tem uma postagem há dois meses, é muito. Sem o poder encorajador da minha presença e comentários motivadores.
Já o pseudônimo que me inspirou a espírito meu, ao contrário das duas anteriores, confirma minha tese sobre o poder benéfico de uma boa palavra, de uma gentileza: por ela, sou grato até hoje. Ela não assume que é a Double N, mas implicitamente, só enviesadamente, eu sempre soube. Eu sei reconhecer um gato com o rabo de fora no tapete. E o que ela escreve é muito bonito. O fato de, mesmo quando não tinha a menor esperança de me encontrar, ela ter criado um blog secreto só para si mesma, contando nossa história para não ter que lidar com o peso desse amor sozinha, é algo muito bonito. E talvez ela ainda faça isso até hoje secretamente, embora eu nem imagine qual o objetivo, significado ou benefício disso.
Será uma terapia, um método para me esquecer, exorcizar esse fantasma?
O ápice foi quando ela desejou minha felicidade, e tudo de bom, inclusive o amor, seja com quem for, mesmo que não fosse o dela. Queria me ver feliz em primeiro lugar. Ora, esse gesto traduz o sentido de amor cristão, de ágape, de quem se sacrifica pelo bem do outro. E por essas palavras eu jamais vou esquecê-la, e nunca ninguém jamais me disse algo tão generoso, carinhoso, terno e belo.
Por isso, é muito contrastante com a frase seca de quem me bloqueou nas redes sociais justo num momento delicado de recuperação e disse simplesmente que não queria mais contato, senão chamaria a polícia e advogados. De fato, nem parecem a mesma pessoa!