Houve relatos de usuários reacionários, na época em que eu falava sobre política, que entraram em contato com o webmaster para tentar me banir do Recanto das Letras. Uma autora, que até costuma ser gentil comigo, me indicou o navegador Brave, que uso até hoje. Ela dizia não falar sobre política, mas talvez guardasse minhas críticas ao que ela defendia com um ressentimento feroz, remoendo-as. De forma passivo-agressiva, quis mover suas peças para me expulsar da plataforma.
Imagina se ela tivesse conseguido levar esse projeto adiante? Quantos textos eu teria deixado de publicar, textos que, com todo respeito, elevaram o nível da plataforma, dando espaço para autores como ela, que só têm relevância ao aderir ao protocolo da maçonaria das letras — essa panelinha de comentários mútuos — e suas poesias tolas, sem força, no lugar dos meus artigos eruditos? Hoje faz tempo que eu não a vejo, talvez tenha caído no ostracismo ou apagado sua conta, admitindo que o playground do Recanto não era afinal pra ela e território Onde os Fracos não têm Vez.
Acho que meu maior mérito no Recanto é ter escrito sobre o que quis, abordando assuntos polêmicos e assumindo a responsabilidade sobre isso, inclusive as críticas ferozes. Jamais bloqueei ou apaguei um comentário sequer, nem mesmo os anônimos. Esse, sim, é um grande exercício de tolerância. Ao contrário, os ataques contra mim ficaram tão constrangidos diante do tom dos meus textos que foram eles quem apagaram seus comentários — não o contrário. Eu mesmo nunca apaguei um único comentário, e olha que já fui ofendido e chamado de tudo. No final, minha espinha continua ereta. Os ataques não me atingem; as moscas picam, tiram nosso sangue, mas não nos consomem por inteiro.
Seria uma tragédia se os reacionários vencessem e me banissem, trocando meu conteúdo pelos versos e “conteúdos” desses autores que tentaram me silenciar, mas que, na verdade, prestam um desserviço à plataforma e às letras em geral.