QUAIS SÃO SEUS MELHORES TEXTOS?

“Escritor sem leitor” — sou eu assim sem você! Um não existe sem o outro. Escrever sem ninguém ler é um solilóquio vazio, um diálogo interno, ou então um manuscrito, um diário. Se estamos em uma rede social de textos, um Recanto das Letras, é porque procuramos um abrigo para as nossas palavras, não?

E quais são nossos melhores textos? Aqueles que nos dão mais deleite ao escrever, que nos enchem de orgulho? E, curiosamente, esses costumam ser os que têm menos leituras. Quando há a união entre o prazer de escrever, sem se perder em polêmicas, e ainda assim alcançar um bom número de leitores, esse é o melhor dos cenários.

Eu escrevo para ser lido. Principalmente por quem amo — a pessoa que me fez entrar no Recanto e que dá sentido à minha escrita — mas também por outras pessoas. Ainda assim, sem ela no meu público, a atividade perderia o sentido. Mas, em busca de audiência, apelo para um cardápio que agrade ao público: polêmicas, títulos clickbait e, claro, títulos com Recanto das Letras, que não podem faltar na minha estratégia de marketing. Ora, se estou escrevendo um texto, para ter menos de uma dezena de leituras? Um palco pequeno demais para um artista deste calibre, que se identifica como Dave le Dave.

Mas os melhores textos não são os que terminam na leitura. São aqueles em que você não ganha apenas um clique, mas um leitor. Que não se limitam a uma única visualização, mas fazem alguém se aprofundar, ir atrás de três ou quatro outros textos seus. Se esse for o efeito de um texto, então ele é dos bons. Os melhores textos não trazem apenas leituras — trazem leitores!