Recebi uma crítica covarde de Roberto Carlos Oliveira, que, embora ejacule seu ódio e seu ponto de vista, não permite comentários em sua própria plataforma. Isso demonstra que ele não está disposto ao debate e que, ironicamente, o ponto de vista que defende nada mais é do que a negação do próprio debate e a promoção do obscurantismo — algo que irei demonstrar com argumentos sólidos.Eu iria respondê-lo através do comentário, mas resolvi fazer um texto à parte para ridicularizá-lo e desmascarar a ignorância dele e de seu presépio, que defende ideias semelhantes. Escrevi sobre a extrema direita pouco culta e ignorante, e parece que ele vestiu a carapuça, porque ao ler os argumentos dele, percebo exatamente o porquê.
Longe de oferecer um contraponto coerente, sua crítica não passa de um amontoado de falácias, distorções históricas e ataques emocionais. Em vez de argumentar com base em fatos e lógica, ela se apoia em caricaturas, slogans e inversões de realidade. Mas essa abordagem não é novidade. Como já alertavam os teóricos da Escola de Frankfurt, o reacionarismo moderno não busca construir um debate legítimo, mas desacreditar seus opositores por meio da ridicularização e da manipulação emocional.
O crítico começa afirmando que a esquerda “rotula e persegue” qualquer um que discorde dela, e que o progressismo seria uma ideologia baseada em vitimismo e censura. Mas basta observar a realidade: quem censura professores, proíbe livros e tenta eliminar debates sobre desigualdade e gênero? Não é a esquerda. São os próprios grupos reacionários que se dizem defensores da liberdade, mas que, ao se depararem com ideias que os incomodam, apelam para a censura e a deslegitimação.
O argumento de que “todos são iguais perante a sociedade e as leis” e que reconhecer desigualdades estruturais seria uma forma de “dividir os seres humanos” ignora um princípio básico: igualdade jurídica não significa igualdade material. Se todos fossem realmente tratados da mesma forma, não veríamos diferenças gritantes de oportunidades e condições de vida baseadas em raça, classe e gênero. O liberalismo clássico, tão invocado por esses críticos, parte da falsa premissa de que todos têm as mesmas condições de competir — o que não é verdade em sociedades marcadas por séculos de exploração.
Outro ponto previsível da crítica é o ataque a Paulo Freire. A velha acusação de que ele era “um militante comunista disfarçado de educador” ignora o reconhecimento global de sua pedagogia. Seu método é estudado e aplicado em diversos países, recomendado por organismos como a UNESCO, e tem como objetivo principal libertar o aluno da passividade, tornando-o protagonista do próprio aprendizado. O Brasil não está entre os piores países em educação por causa de Paulo Freire, mas por décadas de descaso com o ensino público, desvalorização de professores e cortes em investimentos. A crítica tenta distorcer esse cenário para transformar um dos maiores pensadores da educação em bode expiatório.
Quando o assunto é cultura, o discurso reacionário escancara seu moralismo seletivo. O crítico reduz toda a produção cultural progressista a “pessoas nuas, barulhos sem sentido e músicas que fazem apologia ao crime”, como se a arte fosse válida apenas quando reforça valores conservadores. Curiosamente, a extrema direita que se queixa da “lacração” na cultura é a mesma que idolatra a produção artística quando esta exalta o militarismo, o individualismo exacerbado e a nostalgia de um passado que nunca existiu. A arte não precisa atender a um único padrão moral para ser legítima — ela reflete os tempos em que é produzida e as contradições da sociedade.
Na verdade, o autor odeia a arte e é igual ao general franquista que, quando ouvia falar em cultura, sacava seu revólver.
O ponto mais irônico da crítica é a tentativa de transformar o “woke” em inimigo supremo, como se a consciência sobre desigualdades fosse uma ameaça à sociedade. Ao afirmar que a esquerda promove uma “doutrina do ódio e do vitimismo”, o crítico faz exatamente aquilo que acusa: usa rótulos genéricos para demonizar um grupo e impedir qualquer análise mais profunda. A ideia de que o progressismo “divide para conquistar” ignora que a própria estrutura social já é dividida e hierárquica. O que os progressistas fazem é expor essas divisões para que possam ser corrigidas.
Por fim, a crítica tenta inverter a realidade ao afirmar que a esquerda quer calar seus opositores porque “nunca vence no debate de ideias”. A verdade é justamente o oposto: o que se vê, vez após vez, é a extrema direita fugindo de debates sérios e apelando para slogans vazios, teorias da conspiração e ataques pessoais. Não há interesse no confronto real de argumentos, pois esse confronto exige embasamento — algo que eles não têm.
A insistência na palavra “realidade” como um mantra não a torna verdadeira. O fato de Trump e Milei terem sido eleitos não prova que o progressismo está errado — prova apenas que a política é cíclica e que ondas conservadoras e progressistas se alternam ao longo da história. A ideia de que a extrema direita representa “o povo contra a elite progressista” não passa de um teatro político cuidadosamente ensaiado.
No fim, a crítica apenas reafirma aquilo que eu já apontava: a extrema direita não busca vencer pelo conhecimento, mas pelo grito. Seu discurso não se sustenta na lógica, mas na repetição de frases de efeito e na tentativa constante de ridicularizar seus opositores. Mas a história mostra que a verdade não precisa de histeria para prevalecer. E é isso que sempre vai incomodar aqueles que tentam apagá-la.