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DAVE LE DAVE
SIM, ELE MESMO
Textos

INVEJA É FOOOODA!!!


A Inveja: O Maior Inimigo do Pensamento Saudável

Um dos maiores inimigos do pensamento saudável, segundo Nietzsche, é a inveja — aquilo que ele chamou de espírito de vingança, fruto do ressentimento. A inveja é o símbolo de sujeitos de tendência reativa, cuja energia interior para a luta encontra-se enfraquecida e embotada. Segundo o filósofo, em vez de voltar o olhar para si mesmo, buscando o que pode melhorar, criando algo novo, distinguindo-se da massa, tornando-se autêntico e original, o invejoso fixa seu olhar naquilo que pertence ao outro. Ele não se vê como um criador de sua própria potência, mas como alguém definido pela falta, pelo desejo do que não tem.

 

Esse movimento o impede de ser ele mesmo. Ao invés de agir, ele reage. Não constrói, apenas cobiça. Sua existência se torna uma resposta ressentida ao que lhe falta, e não uma afirmação do que lhe é próprio. A inveja, nesse sentido, não é apenas um desejo pelo que o outro tem, mas um entrave para a criação autêntica, uma força que o aprisiona na sombra do outro. Enquanto o criador age a partir de sua força interna, o invejoso é consumido pela ausência, pelo rancor e, por fim, pelo ódio.

 

O Diferente: Raro, Escasso e Valioso

Uma frase frequentemente pichada nas quebradas, na tentativa de soar diferente, mas que acaba recaindo no senso comum, é: “Nem pior, nem melhor, apenas diferente.” Ora, o diferente é sempre melhor, porque é raro e escasso. E tudo o que é raro, por sua própria natureza, tem mais valor — justamente porque não se encontra aos montes no mundo.

 

Reflexões Sobre Mim Mesmo: Conformismo, Ambição e Reconhecimento

Olhando para mim, não sei se é por um certo conformismo, talvez um egocentrismo disfarçado ou até um reconhecimento da miséria de estar no fundo do poço. Como alguém que, num jogo de tabuleiro, cai na casa “volte ao começo” ou fica preso, na prisão, do jogo imobiliário, por algumas rodadas, impossibilitado de agir. Mas essa pausa forçada não impede a vitória no final — pelo contrário, permite que se pense em uma estratégia melhor. Mas eu não tenho a ambição de possuir algo que pertence ao outro e que eu já não tenha — seja riqueza, beleza, aspecto físico ou inteligência. E tudo isso, de fato, pode ser invejável.

 

O Injustiçado Reconhecido pelo Tempo

No fim, tenho que concordar com Nietzsche, quando escreveu ao seu publicador e amigo Peter Gast, ao saber do valor de sua obra e da falta de repercussão que ela recebia. Ele sentiu então: “Sinto que não sou reconhecido, o que é uma pena, porque nunca deixei de dar testemunhos de quem sou.” Mas, como sabemos, o tempo tratou de reconhecê-lo e premiá-lo. Isso apenas reforça o entendimento de que, embora o reconhecimento demore, a autenticidade e o valor de uma obra ou de uma pessoa acabam por prevalecer.

 

A Vontade de Chance: O Jogo do Acaso e a Busca por Oportunidades

Seguindo essa metáfora do jogo da vida, Georges Bataille, ao reinterpretar Nietzsche para afastá-lo das apropriações totalitárias da época, propôs uma adaptação do conceito de vontade de potência para o que chamou de vontade de chance. Chance, aqui, se refere ao movimento dos dados em um jogo de tabuleiro, à incerteza do acaso e à esperança de que ele nos favoreça. Segundo Bataille, como não controlamos o destino, nossa tendência é buscar mais oportunidades de lançar os dados, aumentando as chances de um resultado positivo.

 

Superando o Rancor: O Caminho da Ação e da Autocriação

Em um momento, joguei os dados e eles me foram desfavoráveis. Mas hoje, superei o handicap e estou de volta ao jogo, mais forte. Isso, no fundo, é o que Bataille chama de vontade de chance: não se deixar paralisar pelo ressentimento contra o acaso nem invejar aqueles que rolaram números melhores. Se eu me apegasse ao rancor ou à inveja dos adversários, perderia o foco no que realmente importa: a minha própria jogada, a minha própria ação — aquilo que está, de fato, sob o meu controle.

 

O Jogo do Afeto: Notas e Classificações no Mercado de Relacionamentos

Não sei se chamaria de inveja, mas há algo que me entristece quando vejo uma garota bonita, alguém que realmente valha a pena, ao lado de um cara que não combina, que parece destoar completamente. Talvez seja pelo simples fato de ele não compartilhar a mesma origem. Lembro-me de Pasífae, que, embora fosse humana e rainha, jamais poderia agradar ao touro branco como as novilhas o faziam — porque, no fim, ela não era uma delas.

 

Ainda usando a metáfora dos jogos, podemos pensar no jogo do afeto, no qual atribuímos a nós mesmos uma nota e buscamos parceiros que valorizem essa autoavaliação. Quem se vê como um 7 tende a procurar um 8, pois alguém que se considera um 9 pode parecer inalcançável e representar um risco maior de traição. Assim, a lógica dita que o ideal é sempre buscar um parceiro uma nota acima. Mas quando um 6 namora um 9, a própria sociedade se apressa em advertir: “É muita areia pro seu caminhão.” Esse senso comum, tão repetido, apenas reforça que esse jogo afetivo não é uma metáfora vazia — ele se manifesta na realidade.

 

O Medo da Traição e a Necessidade de Controle nas Relações

Algumas pessoas, por insegurança ou por uma necessidade de inflar o ego, desvalorizam-se propositalmente e escolhem parceiros de nota mais baixa para evitar frustrações, decepções e o medo da traição. Um 8, por exemplo, pode preferir namorar um 6, acreditando que assim terá mais controle sobre a relação, já que um parceiro de nota inferior encontraria maior dificuldade em trocá-lo por alguém “melhor”. Dessa forma, muitos escolhem se acomodar, em vez de se arriscar na busca por alguém que realmente os desafie e os eleve.

 

O Mercado Afetivo: Buscando Relações que Estimulam o Crescimento Pessoal

No fim, essa lógica explica por que algumas pessoas preferem cercar-se de amizades banais e interagir com quem oferece menos estímulo, ao invés de se aproximarem de quem possui alto valor no “mercado afetivo”: pessoas interessantes, inteligentes, que cuidam do corpo e da mente, de aparência elegante e invulgar. No fundo, o que o touro branco queria era uma novilha — não uma rainha.

 

A Inveja na Criatividade: O Preço do Raro e do Incomum

A inteligência criativa, assim como a riqueza e os bens materiais, não surpreende ao se tornar alvo de inveja. Dizem que o raro e o incomum chamam atenção, mas também despertam ressentimento. O cavalheirismo sugere que, ao receber um elogio, é elegante retribuí-lo. No ambiente virtual, quando alguém elogia um texto, é comum que desperte curiosidade sobre quem comentou — e, se esse alguém também produz algo interessante, retribuir o gesto com um comentário pode parecer natural.

 

A Psicologia da Inveja: Reações Frustradas e Conformismo Social

Mas quando essa retribuição não acontece, algumas explicações são possíveis. Talvez o texto seja tão denso e autossuficiente que dispense comentários. Talvez o leitor tenha se sentido frustrado, tocado pela inveja, e prefira se afastar para evitar comparações. E, claro, há sempre aqueles que comentam e interagem apenas com escritores que consideram estar no mesmo nível — ou, de preferência, abaixo — para que possam se sentir confortáveis e seguros. A verdade incomoda. A psicologia da inveja é astuta e merece ser desvendada por mãos atentas e hábeis.

 

Conteúdo Denso, Mas Claro: O Desafio da Leitura Intensa

Meu conteúdo é denso e árido, mas é, antes de tudo, um conteúdo. Ainda assim, tenho o cuidado de me expressar com clareza, de garantir fluidez e acessibilidade, para que a mensagem seja compreendida. A escolha dos subtítulos, o tamanho e o formato das fontes — tudo é pensado para proporcionar uma leitura agradável, para que o leitor chegue até o final, mesmo quando o texto exige esforço.

 

Metáforas Sexuais: A Intensidade do Desconforto Inicial

Metáforas sexuais servem bem aqui. Um pênis longo e grosso pode ser desconfortável no começo, mas, quando bem usado, proporciona uma experiência mais rica, mais intensa, mais prazerosa do que um pequeno usado de maneira convencional.

 

Portanto, desfrute. Sem inveja.

 

DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 20/02/2025
Alterado em 20/02/2025
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