Minha página no Recanto é feita de temporadas, como um seriado. Cada temporada reflete meu estado de espírito. Já teve a fase de discussões inócuas, perda de energia falando de política, sentimentos exacerbados, às vezes demonstrando uma certa hipocrisia—escrevendo uma coisa e vivendo outra. A temporada atual é a de não ter tempo a perder. Não desperdiçar nenhuma palavra com o que não importa, nenhuma vírgula. Eu quero me destacar pela diferença e singularidade, não pela comparação. Pela criatividade e ação, não pelo reacionarismo.
Eu quero escrever mais, sobre tudo, com pluralidade , sobre os mais variados assuntos—mas do meu interesse, do que eu realmente gosto: Literatura, cinema, música, amor, filosofia, artes em geral. A polêmica é necessária, mas não pode ser vazia para não se perder em proselitismo. Tem que ser lida, embasada, instruída, culta. Com estilo e elegância. Porém, também sem descambar para alienação. Se possível, fazer um discurso que revele nossa posição no mundo e a sociedade que gostaríamos de ter.
E é por isso, e apenas por isso, que no meu próximo texto abordarei o desvirtuamento ignorante que percebo na cultura woke, combatendo o obscurantismo e o negacionismo em nome do conhecimento. Como um justiceiro improvável, defensor dos fracos e órfãos da verdade, sinto que preciso dizer uma ou duas coisas sobre isso—como em Duas ou Três Coisas Que Eu Sei Sobre Ela, o filme de Godard que critica a França, apesar de amá-la.
Assim sou eu. Não sou poeta—talvez me falte esse desvio raro no código genético que permite a certos seres brincar com as palavras até que delas brote beleza. Tampouco sou escritor. Mas produzo conteúdo. E, veja bem, hoje em dia influencers e youtubers também reivindicam para si esse título, assim como aqueles que vendem pacotes eróticos no OnlyFans.
A propósito, confesso: fui cliente da professora Cibely por um mês. Matei minha curiosidade em uma semana, mas paguei pelos trinta dias. Uma idiossincrasia que me custou quase cem reais. Não me arrependo, mas tampouco repetiria a experiência.
Já para minha professora de inglês, fiz uma exceção. O conteúdo que ela produzia valia mais do que suas aulas. E, digamos, suas escolhas estéticas coincidiam com minha predileção pelo erotismo. Valeu a pena.
Meu conteúdo, no entanto, não está no OnlyFans. Mas gosto de despertar desejos—quem sabe, desejos reprimidos. Provocar a libido (feminina, que fique claro), instigar a imaginação, inflamar não só o corpo mas a mente de quem me lê.