O ano é 2008. Um David de 14 anos olha para um de 33 e se vê nele. Eu tinha uma conta no recém-lançado Twitter e um blog, que era a moda da época. Tentava ser engraçado, mas é o humor de um adolescente de 14 anos, ok? Ainda assim, me reconheço naquela versão de mim. Nosso momento atual é semelhante. Meu apelido naquela época era Machadinho, e agora estou numa fase cada vez mais Machadiana. Minha decisão é compartilhar o texto tal como foi publicado, com as idiossincrasias e neologismos da época, eventuais erros de português, para refletir como eu pensava, meu tipo de humor e a maneira como tentava quebrar a quarta parede entre o leitor e o escritor. Já havia um estilo próprio? Algo que dê para sentir como meu? É possível me reconhecer nele? Devo me constranger ou me orgulhar? De todo modo, sou eu e fui quem escrevi, então, mesmo em tenra idade, nada ruim deve ter ficado. Boa leitura! Como é extenso, talvez use a ideia original em publicá-lo em duas partes.
♪ PA-PANAMERICANO ♫ … Olá, meus queridos tão queridos leitores. Neste post, veremos mais uma das atrocidades morais cometidas por este que vos fala. Dessa vez, eu fui convidado para umas das baladas teens mais ~~hots~~ de São Paulo, O vulgo PORTO ALCOBAÇA.
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PS. Tal como os post sobre as minhas desventuras no playcenter, este também será esgarçado em duas partes, por motivos que… aw, por motivos de cu doce meu mesmo q.
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Antes deu começar a fazer uma daquelas minhas narrações que eu tento encaixar piadinhas em cada parágrafo do texto almejando fazê-los rir e fracassando nas 998239293023802 das vezes, eu vou descrever como e por que o Porto é uma das baladinhas mais requisitadas pela categoria infanto- juvenil – pelo menos era há uns 2 anos atrás quando eu ainda freqüentava o local-
Estão prontos!? Quem estiver pronto coloca a mão no monitor e diga “YEAAAAHHHH!!!”
Ok, ok, vou começar logo esta josta antes que vocês se enfadem e resolvam sair daqui para acessar o red tube, brazzers ou o amadoras.com; e não adianta fingir que vocês não sabem do que eu estou falando, não. HUM.
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O Porto. Eu sei que os cientistas descartam a possibilidade de contração de AIDS pela boca, mas se isso viesse a acontecer, há uma grande incidência que ocorresse no Porto.
Pois se existe um lugar na face da terra onde catar mina é tão normal quanto respirar, esse local atende pelo nome de Porto Alcobaça.
Para quem nunca assistiu ao programa do Ratinho, Datena ou qualquer outro programa sensacionalista e jamais ouviu notícias desse estabelecimento que faz a alegria de quem almeja catar uma garota safada, o Porto nada mazé que uma casa de sacanagem; MAQUIADA de danceteria.
Apesar de ser um local que recebe público de todas as idades, ele ficara mais conhecido como uma balada matinê, ou seja, aw, olha aqui que eu não tou com paciência de explicar, não.
O Porto Alcobaça esta residido ao longo da avenida Matarazzo; ao lado do Vila Country – que diga-se por ventura, é outra balada BEM ~~hot~~ – e circundado de outras numerosas baladas da região.
É uma pena eu estar com puta preguiça de procurar fotos internas dessa baladinha, mazeu, vou descrever um pouco como era por dentro do Porto.
Ele era um local relativamente GRANDE: possui duas pistas de dança, uma de eletrônica e outra de variedades; Dois ambientes, interno e externo; e diversos locais escondidos, que só os mais experientes conhecem, exclusivamente para quem queria sair só dos beijos e dar uma rapidinha sem compromisso – Isso é uma lenda. Eu mesmo não conheço a veracidade desse mito, mas adoraria comprovar-.
Dito isso, eu vou descrever como foi o exato momento queu fui convidado para ir neste local tão maculado…
O Auto-Convite. Eu estava na sala de aula no meio de uma daquelas tediosas aulas de química, quando repentinamente eu escuto um breve burburinho que logo tira o pouco de atenção que ainda me restava naquela aula chata bacarai. Os cochichos, da onde eu estava, eram imperceptíveis. Então, utilizando o meu dedinho mindinho que na época eu deixara a unha crescer para tentar imitar o visual esplendoroso do José Rico, limpo toda a cera que estava incrustada dentro do meu ouvido, e, como uma mágica só comparada com uma das dos magos dos magos Lord Voldemort, eu pude ouvir perfeitamente o teor daquele cochicho que tanto me tirou à atenção:
– Fico sabendo da úrtima, Edigilson!? No sábado, sem ser nesse agora no outro, vai ter MARATONA FÃQUI no Porto. Boralá?
– E… Eu… – No exato momento que o Edigilson estava preste a responder, eis quando eu dou um pulo da minha mesa, e poco me fudeno se eu estava atrapalhando a aula do fessor ou não, solto um gritinho digno de Vera Verão: EEEEEEEEEEEEEPAHHHH, eu vou nessa pouha aê, cambada!
Meus colegas, claramente constrangidos e pegados de surpresa com a minha súbita reação, respondem sem delongas:
– Claro, a danceteria é pública!
Satisfeito com essa resposta, eu logo tratei de me desculpar com o professor de química e de reunir toda a minha comitiva do mal que normalmente me acompanha nesse tipo de rolê, comumente composta por Brunão, Aridá e o Negritude; também conhecido pela alcunha de MR. Eduard’s.
Os preparativos. Ir num evento desses requer muita preparação mental, pois você nunca sabe o nível de obscenidade que a sua cabeça vai ter de suportar. Já ouvi boatos, que alguns seres menos afortunados mentalmente, não sobreviveram à tamanha radiação de indecências e sofreram seqüelas GRAVES, e alguns, hoje em dia, só babam e não dizem nada mais a não ser TETAS, poisé, poisé, poisé…
Mas não só o preparo psíquico é importante para enfrentar um rolê de tanta proeminência, é preciso está atento a todos os pormenores que uma jornada de 7 horas de funk continuas acarretam. Foi pensando nesse detalhe que eu me hidratei o máximo que eu pude nos dias contíguos ao passeio. Outra coisa importante para atender a um eventos desses, e estar bem abastecido de drops, spray bucal, e gastar até a última gota de aerosol do desodorante 24 horas, e, por vias das dúvidas, é bom levar um roll-on sobressalente – desodorante, besta-
Mesmo depois deu ter tomado todas as providências acima, havia mais uma coisa me encasquetando, porém, eu não conseguia descobrir… Mas foi ai que aconteceu um reverso, um sinal que veio lá do céu e CATAPIIIIINBA: “As camisinhas” .
**** Gente, eu sabia que era só uma matinê, e que eu teria sorte se conseguisse que uma única loca se quer ;( me beijasse, mas tratava-se da MARATONA FANQUI, e nunca se sabe o que os efeitos recônditos dessa música pode ocasionar nas meninas, néam! Já vi meninas aparentemente santas fazerem coisas chocríveis sobre o efeito do funk. ****
Então fui correndo – literalmente, eu sou loko da cabeça mermão- até o bar do Seu Roxo e pedi um pacote de camisinhas extragrande u_u. Por fim, decretei a minha preparação por encerrada. Agora só faltava o tempo passar, passar, passar…
PASSA TEMPO, PORRA!
A Decepção. Duas semanas depois, dado o dia de irmos ter chegado, fui me encontrar com os outros sacanageros no local de encontro que fora pré-estabelecido. Tudo estava correndo conforme o combinado, exceto por quando eu entrei no busão, e percebi que um sacanagero ainda não estava presente no local combinado: o Mr. Eduard’s.
Imaginar-me indo a um role sem ele, é a mesma coisa de imaginar-me indo no motel e não fazendo sexo.
Então, quando senti que o ônibus estava partindo e deixando Eduard’s para trás, entrei em desespero. Comecei a espernear, a dizer que desceria do busão se ele não aparecesse, e a dar socos e chutes nos demais passageiros – tá, a última parte é mentira. Foi só para vocês perceberem a dramaticidade dos meus atos u_u – No momento que o busão estava quase partindo e eu quase desistindo de ir ao passeio, eis quando o Mr. Eduard aparece todo suado defronte ao ônibus – *_* – impedindo-o de sair sem a sua gloriosa presença. Enfim, me acalmei. E deixei o motorista seguir viagem em paz.
Após as minhas hemorróidas estarem quase estourando com a lerdeza do motorista em chegar ao ponto de ônibus que iríamos descer, finalmente o desgraçado abre aporta de trás do busão indicando que os meus sofrimentos tinham acabado, e havíamos chegado, por fim, ao PORTO.
A fila. Após adentrarmos as cercanias do Porto Alcobaça, nos deparamos com uma fila maior do que as ocasionadas pelo restaurante popular BOM PRATO, e, a não ser, que eu e meus companheiros quiséssemos ficar de fora do evento, nós teríamos que dar um jeito de nos embrenharmos por dentro daquela miríade de pessoas para conseguirmos entrar no estabelecimento que mais tarde nos daria muito prazer e histórias para contar aos nossos netos. Porém, encontrar a menor brecha que nos colocaria dentro do Porto estava difícil, senão impossível. Mas forças maiores pareciam estar confabulando para que tivéssemos êxito, então, quando já estávamos quase conformados que o infortúnio acabara de recair sobre a gente, eis quando o Aridá avista um chegado nosso de longa data, O Steven; mais conhecido como Biô, juntamente com os seus amigos, em um lugar privilegiado bem no início da fila; que pode até ser comparado como ver uma ópera de camarote. Sem marcar bobeira, eu e meus amiguinhos nos dirigimos até aquele lugar divino com toda certeza que o Steven nos cederia um espaço na fila, aliás, um sujeito chamado Steven não tem moral de negar nada a ninguém. Dito e feito, O Biô honra seus votos de amizades conosco e nos cede um espaçinho junto à fila.
Mas mal sabera Biô, que uma trairagem, só comparada pela a que o Messias sofreu por Judas, o acometeria por este ato de bondade. Ó Pobre Steven.
A trairagem. O Biô, apesar da sua aparência pouco, digamos, convidativa, só Deus sabe o porquê, era um exímio catador de cocótas. Porém, o calcanhar de Aquiles do Biô, era o seu nome, Steven. Ele sabia que ele teria mais chances de catar uma mina se ele soltasse um peido e depois arrotasse na cara da garota, do que se ele dissesse o nome verdadeiro dele. Daí, quando uma menina o indagou sobre qual era o seu nome verdadeiro, ele, sem titubear, respondeu a pergunta da ninfeta com um trocadilho que ele sempre usara como válvula de escape para este tipo de situação:
“Steve lá, Steve ali, agora estou aqui com você!”
Ao escutar isso, a menina só balançou a cabeça negativamente.
Fora nesse momento, que o Brunão percebe o momento propício para o abate, e começa a jogar os seus galanteios para a garota que já tinha acendido o pisca alerta para as investidas do Ó Brunão:
“Sua linda tão linda. Linda tão linda você é. Linda. Tão linda você. Linda tão linda. Linda tão linda você” – passados finalmente 45 minutos dessa cena – Os dois começam trocar salivas violentamente em uma cena que lembrou em MUITO quando um cachorro sedento bebe água.
Pois bem, meus amigos. Nosso amigo Steve acabara de levar um chute certeiro bem no meio da glândula penial… E de um dos seus “amigos”, heim!
E após este incidente, os dois, ficaram sem se falar nada mais, nada menos, que por cerca de 10 minutos IN-TEI-RI-NHOS! – É, toda ação tem uma reação, mamíferos. LEMBREM-SE DISSO! –
To be continued ^^ .
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E por aqui vai acabando a primeira parte do: PORTO DE MOMENTOS BONS. Isso é, se vocês chegaram até aqui :| .
Fiquem ligados que logo menos sai à segunda parte.
#VAGABUNDOS