Dizem que o melhor amigo do homem é o cachorro. Mas e o maior inimigo? Vocês sabem qual é? Pois este sábio aqui revela: o maior inimigo dos homens chama-se “friendzone”.
Até meu amigo bonito, o Paulo Ricardo jovem, aquele do menage, caiu nessa fria. Quem vê de longe pode pensar que ele está comendo a enfermeira, mas ele jura que são apenas amigos. Só que, se ela der uma brecha, ele vai pra cima mesmo. Essa história foi confirmada pela própria enfermeira na cozinha, que me contou que ele tenta ficar com ela há anos, desde outro emprego, mas que nunca conseguiu enxergá-lo de outro jeito, com outros olhos a não o de amigos. Mas ele é persistente.
Ou seja, meu amigo entrou na friendzone de cabeça e se afundou bonito.
A amizade feminina é algo maravilhoso. A companhia do sexo oposto tem suas vantagens — são mais empáticas, mais sensíveis. Mas, para mim, tem que ter tensão sexual. Não quero ser aquele cara que elas veem como “amigo homem inofensivo”, aquele que elas ligam para desabafar quando o namorado pise na bola. Sim, ela pode até me procurar nessas situações, mas tem que ser com segundas intenções. Os ingleses tem o termo friends with benefits, que designa perfeitamente o que procuro em minhas amizades com o sexo oposto.
O pior que pode acontecer a um homem é a mulher por quem ele tem interesse ou algum envolvimento afetivo ser uma pessoa com ele e outra completamente diferente com outro cara.
Gosto de citar o caso de um conhecido que conheceu a esposa na igreja e, anos depois, descobriu a traição dela rastreando o celular. Ele a flagrou em um motel com um cara mais velho, mais gordo, mas que, com certeza, sabia satisfazer os desejos mais ocultos dela. Desejos que ela nunca teve coragem de falar para o marido.
Por isso, quando entro em determinadas redes sociais, eu deixo bem claro minhas intenções, sou objetivo, embora ainda com minhas características singulares, a minha abordagem sempre é única, mesmo com segundas intenções. Se estou num aplicativo de encontros casuais, não fico de enrolação, e na menor brecha já sexualizo a conversa. Quero que minha parceira se solte comigo, que seja comigo que ela mande nudes e combine encontros.
O pior cenário possível? Eu estar lá, me declarando, investindo meu tempo, enquanto, para outro, ela já está pelada no WhatsApp e marcando motel. Não. Eu tenho que ser o cara para quem ela se abre, que desperta esse lado dela.
Quem nunca viu a cena clássica da balada? O cara passa a noite toda investindo, conversando, tentando impressionar… Daí chega um outro com uma cantada furada qualquer e leva a mina pra casa.
Não é certo esquentar a cama para outro deitar.
Ou, traduzindo para um nível mais literal: não dá para deixar a mulher excitada para outro comer.
A mulher que eu amo, por exemplo, sabe da devoção e do respeito que tenho por ela. Mas isso não quer dizer que eu não queira comê-la.
Sim, o termo é chulo. E daí? Depois de anos desejando a mesma mulher, como eu não vou falar que quero comer? O que seria injusto seria não falar isso para ela e já ter falado para outras.
Gosto do verbo “comer” para falar de sexo porque ele tem algo de antropofágico. É sobre absorver o outro, fazer dele parte de você. É como na Tropicália, quando o movimento pegava influências externas e transformava em algo novo. É como a teoria de Bakhtin sobre o gênio, que diz que a genialidade vem de reorganizar tudo o que existe no mundo e criar algo original.
Então, quando digo que quero comer a mulher que amo, não é só sobre tesão. É sobre troca, entrega, experiência, conexão.
Se, depois de toda nossa intimidade e passado juntos, eu não conseguir despertar nela esse tesão—se eu não for o cara que a faz se soltar, se sentir à vontade comigo, com o próprio corpo, com o prazer que pode dar e receber, com os desejos mais ocultos que ela guarda só pra si mas que está louca pra compartilhar com o a pessoa certa. E eu tenho que ser essa pessoa.
Então eu fracassei como homem.
Porque amor sem desejo não vale nada.
E, no fim das contas, o maior inimigo de um homem não é outro cara.
É estar na posição errada no coração da mulher que se ama, se deseja e se quer comer acima do que qualquer outra.
Elogio ou vulgaridade? Amor verdadeiro ou libertinagem da minha parte? Não dá para combinar os dois? Eu não posso ser safado e carinhoso ao mesmo tempo? Isso não é sexy e não desperta a libido e o desejo sexual das mulheres, e principalmente de quem eu amo?