Não, este texto não é para resenhar o espetacular filme dos irmãos Coen, onde Javier Bardem entrega uma atuação soberba na pele de um bandido psicopata que faz de tudo para rastrear e ficar com um bolo de dinheiro, tendo como arma apenas um cilindro de ar comprimido. Quero tocar em um território onde, igualmente, os fracos não têm vez.
O título original do filme, No Country for Old Men, foi brilhantemente traduzido como . Porém, uma novela brasileira praticamente plagiou esse título ao chamá-la de Onde Nascem os Fortes. Ora, onde nascem os fortes é justamente onde os fracos não têm vez. Mas vale aquela máxima: copia, mas não faz igual.
O amor, verdadeiramente, não é terreno para os fracos. Quem acompanhou meus textos anteriores sabe que, na juventude, fui trocado duas vezes por amigos meus. E, ironicamente, mesmo hoje, contando os louros de casos bem-sucedidos, volto a me ver preterido – novamente por um amigo.
Dessa vez, a história envolve aquela chubby do ménage – que hoje vem me procurar para marcar agendamentos. Não entrarei em detalhes para preservar a mim mesmo. Sim, esta página é arbitrária, e eu só relato aquilo que quero expor. Mas houve uma série de eventos que deixaram claro que fui colocado em segundo plano em relação ao meu amigo, que é bem mais bonito do que eu.
Por isso, quando me perguntam se não tenho pena das mulheres que eventualmente magoei – por não sentir o mesmo ou por abandoná-las no meio do caminho –, eu repito: não tenho controle sobre os sentimentos dos outros, apenas sobre os meus próprios. Só me importo realmente com as pessoas que verdadeiramente amo.
Porque, sejamos francos, as mulheres pensam da mesma forma. Vejamos este caso: essa garota sabe que meu amigo é casado, tem filhos, e, ainda assim, não se importa em ficar com ele. Hoje mesmo, ele me contou que, enquanto sua esposa dormia no quarto, ele estava na piscina com as duas cunhadas – e acabou ficando com ambas.
Meu colega estava errado? Sem dúvidas. Mas, nesse caso, as mulheres também não eram santas.
O que quero relatar aqui não é ressentimento por mais uma rejeição. O que me incomoda não é ser preterido, mas o fato de ela não enxergar a raridade que sou. Sua preferência se limita ao prazer físico e sensual, mesmo que proibido, com uma pessoa comprometida.
Não sou místico, mas às vezes me pergunto se o sucesso do meu amigo com as mulheres não vai além da beleza. Ele teve um passado com ocultismo e carrega um pentagrama tatuado no peito – que, infelizmente, já tive o desprazer de ver quando o vi nu. Vai saber que tipo de pacto ele fez ou no que esteve envolvido…
Só algo como magia negra explicaria uma mulher, em sã consciência, trocar alguém como eu por qualquer outro ser humano, por mais belo que ele seja.
Mas, ao invés de me lamentar, o que vou fazer é focar ainda mais em mim. Treinar mais. Ficar ainda mais gostoso, mais atraente, mais bonito fisicamente. Pessoas bonitas existem aos montes, mas não se encontra alguém como eu a cada esquina: culto, elegante, educado, sexy, atraente, cavalheiro e que ainda sabe cozinhar!
O tipo de garota que costuma se encantar por mim jamais se apaixonaria perdidamente por ele… eu acho!
O amor é para os fortes e requer resiliência.
Por exemplo, já fui rejeitado pela pessoa que amo algumas vezes. A primeira foi em 2015. E quem disse que me abati? Pelo contrário, esse fato foi fundamental para eu me tornar quem sou hoje. Em 2016, nunca estudei tanto – talvez na tentativa de alcançar a projeção ideal de companheiro que ela tinha em mente.
Mas, para minha surpresa, anos depois, mesmo tendo evoluído, estando longe de entorpecentes e sendo produtivo socialmente, ela ainda não quer saber de mim. Hoje percebo que talvez não seja por minha causa, mas sim porque o amor é para os fortes.
Quem ainda não é forte o bastante para vivê-lo, prefere a fuga. Prefere se esconder da intensidade do sentimento a enfrentá-lo e ser feliz plenamente.
Eu, por outro lado, prefiro encará-lo de frente – mesmo que isso signifique, mais uma vez, sentir dor e rejeição.
Muitas vezes, a dor é tudo que nos resta. Mas ela é parte essencial da superação.
Por exemplo, agora mesmo, estou lidando com a dor de saber que meu colega está transando com uma mulher que preferiu ficar com ele em vez de comigo. Isso é um fato. Isso eu tenho que aceitar.
Mas um dia aparecerá alguém que irá querer ficar 100% comigo e com mais ninguém.
E, enquanto isso, sigo forte.
“Não me toquem nessa dor
(Por favor!)
Ela é tudo que me sobra
Sofrer vai ser!
A minha última obra.” – Paulo Leminski