Contrariando a máxima popular “solteiro sim, sozinho nunca”, eu diria: estou solteiro sim, sozinho sim! Ter pessoas interessadas em você não significa nada se esse interesse não se consuma, especialmente no contato físico, na troca de carícias, beijos, afetos e outras coisas que só ouso dizer entre quatro paredes. Como vocês sabem, eu tinha um compromisso — ao menos no meu coração — com a pessoa das letras disformes que me motivou a criar esta página. A ela, eu devotaria total fidelidade de sentimentos de corpo e alma. Se ainda tivéssemos contato, tomaria todo o cuidado para não provocar nem o menor resquício de ciúmes.
Mas a verdade é que ela não quer. Já demonstrou, de todas as formas possíveis, que não faz questão nenhuma da minha companhia. Pelo contrário: já fui ameaçado de morte, de ser denunciado à polícia, de enfrentar advogados. Isso não só demonstra a ausência de reciprocidade nos sentimentos como, é claro, a total inexistência do interesse em um relacionamento como o que eu idealizei.
Por isso, e só por isso, me senti livre para conversar, interagir, elogiar outras usuárias e viver minha vida em busca de companhia, eventuais relacionamentos amorosos ou prazeres fugazes. No entanto, meus elogios nunca foram levianos ou calculistas com o objetivo de confundir ou deliberadamente causar ciúmes. Não é, e nunca foi, meu objetivo. Minha intenção é elogiar sinceramente a pessoa que me despertou admiração, de forma que ela se sinta única, destacando e observando sua singularidade exclusiva, para que se perceba especial. Tudo isso é motivado pela gentileza e pela nobreza de espírito, deixando nas mãos do destino e do acaso o restante.
Jamais houve método ou cálculo. Isso destrói qualquer início afetivo ou romântico, tornando-o vulgar. E vulgaridade não combina comigo. Sou uma pessoa que preza pela elegância, pela fidelidade e pela autenticidade. Sou contra traições, contra infidelidades e contra qualquer forma de vulgaridade. Sempre estive a favor da beleza, especialmente a que se encontra nas relações entre homem e mulher, revelada na gentileza, na educação, no trato delicado e nos pequenos gestos. Lembrar de puxar a cadeira para que ela se sente, abrir a porta do carro, ceder a vez, colocar as damas em primeiro lugar — são atitudes que demonstram cuidado e respeito, essenciais nos primeiros gestos de um relacionamento.
Para quem tem uma filha mulher, deixo uma dica: o modo como você a cria será o padrão de homem que ela buscará para si. Se você a tratar como uma princesa e como uma dama, ela não aceitará menos em um relacionamento. O pai é o espelho do homem que ela idealizará; o comportamento dele com ela, e a maneira como ele trata sua mãe, influenciarão diretamente suas escolhas. A boa educação que você oferece à sua filha é o alicerce para que ela saiba reconhecer e exigir respeito, cuidado e a presença de um verdadeiro cavalheiro em sua vida.
Na minha mente de poeta, eu imaginei tudo: namoraríamos com fidelidade, com responsabilidade afetiva, cuidando para não magoar o outro. Mais tarde, casaríamos, teríamos um projeto de filhos — uma criança ranhenta, que gastaria nossos bens conquistados com tanto esforço, nos daria preocupações, mas que cuidaríamos como o bem mais sagrado. Afinal, esse filho seria reflexo do nosso amor, uma projeção do futuro que sonhávamos juntos. Mas, no fim, tudo isso não passa de fruto da minha imaginação, de um eu-lírico — como a Flora tão bem destacou.
Inclusive, ela mesma já comentou que até quer isso… mas com outra pessoa.
Ainda assim, no período em que nos correspondíamos — mesmo sob o manto do seu pseudônimo —, eu não interagia com mais ninguém no RL. Sua presença me bastava. Meus posts falavam exclusivamente dos meus sentimentos por ela. Para você ter ideia, eu apaguei todo o histórico de relacionamentos antigos, excluí “nudes” que estavam no celular, tudo. Foi uma hora inteira deletando coisas! Hoje, não restam mais rastros desse meu passado.
E tudo isso… em troca de quê?
Tem algumas garotas cujas “imagens” valeria a pena lembrar. Elas teriam valor como reminiscência, como algo digno de ser evocado para momentos de “stress e relaxamento”, mas hoje não estão mais disponíveis.
É claro que, na ausência dela, já recomecei um acervo (modesto, claro), mas ele nem se compara ao antigo. Ainda assim, apagaria tudo de novo, jogaria o celular no lixo se fosse necessário, para fazer uma verdadeira tábula rasa e começar um relacionamento do zero.
Só que, talvez, isso já não seja com ela.
Chegou um momento em que ficou claro que ela não quer nada. Então, por que não investir em alguém que, no mínimo, esteja disposta a falar comigo? Que tenha coragem de arriscar nesse jogo do amor? Que esteja presente? Que seja ousada, engraçada… ou, melhor ainda, “ENGRAÇADINHA”?
Porque, afinal de contas, eu estou livre. Solteiro sim, sozinho sim!