Sim, vai ter mais texto falando de amor e da minha vida pessoal, sim! Está escrito na descrição, e talvez eu deixe em letras garrafais para deixar claro: A DECISÃO DO QUE PUBLICAR É EXCLUSIVAMENTE MINHA. SE VAI LER OU NÃO, É SUA ESCOLHA. Meu corpo, minhas regras… Digo, meu Recanto, minhas regras!
Acho lúdico observar a transformação na produção literária de uma pessoa que se atrai por outrem. No caso, esse “outrem” sou eu mesmo. Nas minhas observações no Recanto, notei algo curioso: a pessoa das siglas e letras disformes, que me motivou a criar esta página, tinha uma escrita completamente diferente antes de me conhecer. Usava seu nome real e postava textos pessimistas, existencialistas, poemas sobre a decepção de não escrever mais, sobre máscaras cotidianas, ou a metáfora de um pássaro negro que tenta se camuflar na nevasca para parecer um cisne. Havia ali um senso de inadequação, uma luta interna contra sua essência para se adaptar. Será que ela já viu Pássaro Branco na Nevasca? Assisti a esse filme na Mostra de Cinema Internacional de 2015. Creio que não, é uma obra rara.
Depois, quando teoricamente já estava apaixonada por este humilde escriba, e adotou um pseudônimo, a temática dos seus textos mudou drasticamente. Tornaram-se mais carinhosos, afetivos, intensos, e só falavam de amor. Era um lado dela que eu desconhecia completamente. Sinto falta dessa versão. Quando conversávamos por mensagens, ela não mostrava esse lado, embora fosse sempre agradável, meio tímida, mas muito inteligente e carinhosa. Era tão diferente da versão atual!
Outro exemplo: uma professora, que entrou no Recanto com a nobre intenção de ensinar sociologia, também apagou sua conta. Ela mesma confessou que foi por minha causa. Depois, quando a convenci a voltar, ela reabriu a página e passou a escrever sobre amor, abandonando os temas “cabeças”. Seus textos tornaram-se mais líricos e poéticos. É curioso como, por mais que sofisticação e inteligência chamem atenção, é o amor que rege e motiva tudo, colocando-o em primeiro plano e dando sentido à vida.
E quem se lembra da Ana Luz, a fake que tentou me seduzir? (Ou será que fui eu quem tentou seduzi-la? Nunca ficou muito claro.) Fato é que trocamos algumas mensagens, até lascivas. Ela dizia que largaria o namorado, que viria para São Paulo… invenções de poeta. Não sei o que era verdade ou mentira. Mas, quando sua máscara caiu, ela sumiu. Será que, em algum nível, gostava de mim de verdade?
E a “pequena Clarice Lispector”? A menina do azeite, que não me perdoou e me bloqueou. Havia algo entre nós, não? Sua reação exagerada só pode ser explicada pelo fato de ela me ler e perceber que eu amava outra pessoa. Nenhuma mulher tolera isso. Mas será que ela me bloqueou porque apaguei nossas mensagens? Ela agiu com a mesma fúria de quem nutre algum afeto. Só quem sente algo reage assim. Ela até apagou comentários anônimos!
Mas não flertava com ela, não. Era amizade, e elogios sinceros à sua capacidade como cronista. Ela realmente lembra Clarice Lispector! Talvez, de vez em quando, elogiava sua aparência, mas sem segundas intenções. Sua beleza — física e intelectual — era admirável, mas o tom era sempre honesto. Talvez a distância me desanimasse. Ainda assim, seus textos e crônicas mudaram visivelmente depois do nosso contato.
E ela me indicou Me Chame Pelo Seu Nome, um romance gay pungente sobre amor. Conversamos muito sobre o livro e o filme, que resenhei aqui. Mas creio que ela apagou os comentários. Do mesmo modo, a pessoa que inspirou a criação desta página recomendou o livro de Rubem Alves, O Amor que Acende a Lua. Nome sugestivo, não? Já naquela época, será que não indicava algo além da amizade? Será que essa indicação não era um gesto tímido para demonstrar um sentimento maior?
Agora, para concluir: é triste o contraste entre a versão anônima dela — romântica e carinhosa — e a frieza da frase:
“Eu não quero mais contato. Ou acionarei a polícia e advogados.”
Simples, direto e seco. Não consigo imaginar essa frase saindo da boca da pessoa que conheci anos atrás, nem da sua versão anônima. E mais ainda, quando contrasto com o tom polido com que a abordei, dizendo que não esperava resposta, que apenas não me bloqueasse e me permitisse saber dela, mesmo que fosse apenas por uma foto de perfil no Instagram. Não pedi para me adicionar, nem nada. Ainda assim, essa foi a resposta.
Essa é a psicologia de uma mulher apaixonada?
Se você está no RL e também esta apaixonada por este humilde escriba, FALE AGORA OU SE CALE PARA SEMPRE! (Se for mulher, se for homem, fique apenas com a segunda parte da sentença)