Uma maneira que encontrei de homenagear um autor que sempre li e admirei, mas que nunca comentei ou com quem tive maiores contatos — e que nunca me fez uma visita em minha humilde página, embora tenhamos amigos em comum — é o Dartagnan Ferraz, nosso decano do Recanto. Ele tem um estilo inimitável de crônica curta, que diz muito em poucos caracteres, com um poder de síntese admirável.
Inspirado por ele, tentei narrar esses meus dias abstêmios, conciliando trabalho, academia e estudos.
Como trabalho atendendo o público, percebi que meu atendimento melhorou muito. Estou muito mais simpático e empático com as pessoas, transmitindo uma energia muito maior. Usando aditivos, talvez minha produção fosse maior e eu tivesse mais energia, mas meu atendimento era frio e distante, quase no automático.
Trabalhar com o público exige um lado mais humanizado: diálogo, empatia, conversa, bate-papo, compreender o problema e a história do outro. É preciso ser um pouco Carlos Alberto na praça, ouvir as pessoas, e isso tem sido uma descoberta para mim.
Até comentei com um amigo que, antes, minha vida era totalmente desregrada, mas eu estava sempre acordado e disposto. Agora, cuidando da saúde, acordando cedo, trabalhando e ainda mantendo as atividades intelectuais, às quatro da tarde já me sinto exausto. Mas, internamente e externamente, estou muito melhor.
E aí, consegui emular um pouquinho do espírito de Dartagnan nessa breve crônica? (Até fiz os espaços em cada parágrafo, como ele faz.) Claro que não! O mestre tem um estilo inenarrável, ao qual presto reverência com essa singela homenagem.