Eu gosto de tecer elogios para incentivar escritores amadores a continuarem. Em quatro anos na minha página, posso dizer que fiz até boas amizades, apesar de algumas “falsianes” estarem meio sumidas (alô, Kathmandu!). Mas continuo tendo grande carinho por muitos, como a Flor, que amo de coração; Maria Cândida, que também anda meio distante; e outros amigos e colegas leitores que não irei citar para não correr o risco de esquecer alguém – mas eles sabem quem são.
Quem me acompanha durante todo esse tempo sabe o verdadeiro motivo pelo qual criei esta página. E, mesmo com a ausência da pessoa que me motivou inicialmente, não significa que eu tenha esquecido, nem que esteja aqui procurando relacionamento. Existem aplicativos certos para isso, e aqui a proposta é outra: é literária.
Entretanto, não há como negar que algumas leituras, além de se destacarem pela inteligência e qualidade literária, revelam uma beleza exuberante (oi, prof.). E, como alguém influenciado pela estética, faço questão de exaltar e destacar esse aspecto quando noto. A beleza, afinal, torna tudo mais belo aos nossos olhos e faz bem às pessoas, mesmo aquelas que já estejam acostumadas a ouvir elogios. Claro, desde que o elogio não seja vulgar, mas sim sincero e que enalteça a pessoa como um todo.
Confesso que já tive problemas no passado por causa disso. Uma vez, uma amiga, a quem já pedi desculpas, interpretou mal uma brincadeira que saiu fora do tom. Era uma dessas mulheres agraciadas com beleza e inteligência, e nossa amizade ia muito além disso. Outro caso foi de uma menina fake, que usava fotos de atrizes famosas como se fossem dela. Como ela fazia questão de elogiar o que eu escrevia e buscou contato por e-mail, acabamos nos correspondendo. Houve algum flerte, mas quando descobri que ela era fake e preferiu desaparecer sem se identificar, tudo acabou por ali.
O flerte, o cavalheirismo, a nobreza do elogio – sem ser vulgar – é algo que corre o risco de se perder nos tempos atuais, às vezes confundido com assédio. Mas eu me considero parte da resistência. Quando vejo algo que chama a atenção, seja a inteligência ou a beleza, faço questão de elogiar. Porém, não é qualquer elogio: precisa ser algo que fuja do habitual, da rotina banal do dia a dia, algo que a pessoa perceba como único, que a faça sentir especial, que procure capturar a própria essência especial de cada um.
Cada pessoa tem sua própria singularidade, e cabe a quem observa identificá-la.
Se você quiser chamar essa observação e elogio de flerte, então que seja. Eu gosto de flertar. Identifico-me muito com o filme O Homem que Amava as Mulheres, de Truffaut. Não que eu seja mulherengo como o protagonista, mas, como ele, prefiro a companhia das mulheres à dos homens. Toda mulher é poeta. A essência da mulher, para mim, reflete o verdadeiro significado da poesia: mesmo a mais simples possui o dom de reconhecer a beleza, de captar a essência do belo — algo que muitos homens, frequentemente, não conseguem. Além de terem maior sensibilidade. A companhia feminina me é indispensável . No entanto, o objetivo PRINCIPAL que me levou a criar esta página PERMANECE o mesmo!