Edgar Morin dedicou um livro inteiro à complexidade da escolha de valores. Para cada valor que elegemos como guia, há um contraponto igualmente digno de consideração. O prazer é um valor imenso, mas a fidelidade, que seria seu oposto, carrega seu próprio peso. A atividade física, que esculpe o corpo e a vitalidade, é um valor incontestável, mas, no asilo ou no sanatório, o repouso pode ser tão essencial quanto.
Escolher os valores que nos guiam pela vida é um ato de coragem, sem tabela ou manual para iluminar o caminho. Talvez, para ti, que amo agora, eu ainda não possa oferecer paz, segurança ou otimismo. Mas, em troca, posso dar-te o caos, o prazer e a emoção. Posso ser a faísca que incendiará teu corpo e teu pensamento, levando-te a descobrir os caminhos mais recônditos de ti mesma. Posso ensinar-te a alcançar o êxtase, tanto no corpo quanto na mente.
Se não sirvo para ser teu esposo, teu marido ou teu namorado, sê ao menos minha amante, meu amor.
Desde que estejamos juntos, fluindo da presença um do outro, pra mim já estará bem.
Com devoção,
Teu melhor amigo, esposo, namorado e amante.
“Vocês querem se esquentar junto a mim? Não se aproximem de mais, é meu conselho, pois podem se queimar. É com grande esforço que impeço as chamas tremularem para fora do meu corpo.” - Nietzsche.