No meu texto intitulado Parafilia, revelei um fetiche meu. Escolhi esse título para chamar a atenção, já que atribuo o termo a práticas sexuais mais incomuns. Porém, até a palavra “fetiche” acho inadequada no meu caso, além de um pouco vulgar. Minha predileção por calcinhas fio dental em vez das tradicionais é, na verdade, mais uma questão estética, de gosto pessoal, talvez até um pouco voyeurista.
Acredito que o principal objetivo de uma roupa íntima deve ser o conforto pessoal. Se eu fosse mulher, provavelmente não seria adepta do fio dental no dia a dia, exceto em momentos íntimos com alguém que realmente valesse a pena. No entanto, associo o modelo fio dental, além do uso íntimo, à preferência de uma mulher ousada, confiante, poderosa, sexy e provocante. Claro, algumas podem usá-lo apenas por acharem mais confortável ou por marcar menos sob a roupa, mas há um certo grau de sensualidade nesse modelo que me atrai e me agrada.
Acho o fio dental elegante, excitante e até charmoso. Não vejo vulgaridade alguma, e fiquei completamente indignado ao ouvir alguém dizer que é “coisa de puta”. Para mim, ele tem mais glamour, remete mais à moda do que os modelos convencionais, tem um design mais bonito e possui uma sensualidade quase natural. Por isso minha predileção por esse modelo.
Quanto ao gosto pessoal da pessoa que amo, ignoro e nem me importo. Pelo que conheço dela, aparentemente privilegia mais o conforto. Também considero um erro dizer que fio dental não é “coisa de mulher recatada, de família ou conservadora”. Para mim, é um símbolo de feminilidade, liberdade e emancipação da mulher.
“Fetiche” é uma palavra vulgar para algo que considero tão belo.