***Esse texto era para fazer parte do meu texto anterior, "O ‘eu e as minhas circunstâncias’", mas achei que ele ficaria muito extenso. Ao contrário daquele, aqui pretendo falar sobre uma pessoa que soube aproveitar suas circunstâncias.***

Estava vivendo minha vida, até ontem, totalmente alheio ao fato de que minha vizinha, que mora no fundo de onde estou, é uma influencer famosa, com mais de 300 mil seguidores no Instagram.

O perfil dela é @BouryCarol, para quem estiver curioso.

Ela se autointitula como uma mulher diferente do padrão, porque gosta de realizar trabalhos manuais, principalmente aqueles rotulados como “mão de obra masculina”, como rebocar paredes, assentar pisos, construir móveis, colocar fechaduras, tudo isso com o verniz de vídeos engraçados que são a cara do Instagram.

Inicialmente, desconfiava que a beleza dela ajudava nesse sucesso, mas depois vi que ela é autêntica e uma boa comunicadora. Sempre tive a impressão de que ela era uma pessoa simpática, apesar de nunca ter conversado com ela. Confesso que antes de descobrir essa fama dela, pensava que era somente dona de casa, uma espécie de bibelô do marido que pagava tudo dentro de casa. Para você ver como as aparências enganam. Claro que sempre achei estranho vê-la às vezes com uma furadeira na mão ou uma enchada, mas achava que fazia isso para passar o tempo. Ou era daquelas donas de casa que gostam de meter a mão na massa. Jamais pensei que fazia disso uma profissão. Hoje ela faz campanhas para empresas como Marabraz e Magalu.

O principal case de sucesso é a casa deles, que ela mesma reformou e fez boa parte dos trabalhos manuais menos pesados. A casa ficou muito bonita, devo dizer, para os padrões da região.

O espírito empreendedor dela fez com que ela tivesse a ideia de utilizar a casa como espaço para locação. Está aqui a página do Instagram da casa: @espaçocasa475.

Confesso que os grandes prejudicados são os vizinhos, como eu, porque há barulho todo final de semana e feriados, com festas e churrascos. Pelo que vi, já estão com datas cheias até o Natal e Reveillon. São muito disputados, de fato.

Antes, quando eles não alugavam, eram vizinhos tranquilos, que faziam suas confraternizações só de vez em quando.

Mas, se é para o bem de uma jovem empreendedora, eu, como vizinho, relevo tudo isso, mesmo me incomodando bastante, pois a vizinhança sempre foi relativamente tranquila.

Enfim, o objetivo deste texto foi enaltecer o espírito empreendedor e realizador de uma “muié”, como ela mesma se autodenomina, que soube tirar proveito de suas circunstâncias, inclusive o fato de sua boa aparência.

Quando ela era mais nova, criança (ela é uns 3 anos mais nova do que eu), eu já a achava muito bonita, com meu olhar infantil. Ela era loirinha, tinha feições muito delicadas e era bem peralta. Da minha casa, sempre ouvíamos a mãe dela gritar: "Caroooool".

Hoje ela inspira muitas mulheres e até homens, como eu, que saíram praticamente do mesmo local e obtiveram êxito na vida. Claro que o sucesso não pode ser medido apenas pelo trabalho, mas sim em fazer o que se sente bem e ter remuneração financeira e satisfação com isso. Parabéns, Carol.