O Incomodo Intelectual no Recanto das Letras
É sabido, pela pessoa que amo, que só criei esse site para me sentir mais perto dela.
Mas, pensando nela, acabo passando certa dose de tempo nesse site lendo textos, e, para minha surpresa, acabo descobrindo alguns muito bons escritos e perfis de escritores amadores de raro talento.
Um desses perfis, foi o de uma menina que, acredito, seja uma espécie de prodígio, chamada Anita Maria (pesquisem e irão concordar comigo) Ela, desde uma tenra idade (uns 13 anos), escreve textos muito bem escritos e com ideias assaz lúcidas (para além do fato de eu concordar com elas ou não). Hoje, ela está com 19 anos. E seu estilo de crônicas me faz lembrar a Clarice Lispector. Mesmo com pouca idade, dá pra notar que ela tem um bom repertório; apesar de alguns conceitos e ideias, na minha modesta opinião, precisarem ser melhor lapidados. Fato é que ela escreve muito bem e detém muito potencial.
Uso o exemplo dela para refletir se é cabível uma pessoa de 19 anos ter maior conhecimento que alguém na casa de 60 anos, ou 50, ou até 30, ou mesmo 25. Não deveríamos nos incomodar com esse fato? A existência de tal pessoa não deveria mexer com o nosso brio pessoal, para que a gente se esforce em nosso aprimoramento pessoal?
É claro, como dizem os gregos antigos, as pessoas não são iguais quanto ao nível de saberes e potencialidade, mas acredito que uma discrepância muito grande entre saber e idade, não deveria ser aceita naturalmente.
Certamente algumas pessoas têm um determinado dom, como o dela de escrever desde pequena, mas quanto ao nosso repertório pessoal, não deveria ser "comum" ela dispor de um maior que o de alguém muito mais velho.
Bom... acho que deveríamos nos incomodar. Gosto de dizer que a vida parece mais com uma maratona do que um tiro raso de 100 metros. Muito mais depende a sua cadência e ritmo que você toma durante a sua jornada, do que disparar logo no começo e ficar cansado e sem fôlego no final dela.
Com o conhecimento devemos ter a mesma postura. Para não ficarmos com a impressão de que poderíamos ter aprendido mais, ou ficarmos aquém do nosso potencial. Acho válido nos compararmos com as novas gerações que estão vindo. Sei que casos como o da menina Anita são raros, sobretudo no Brasil. Mas é melhor nos compararmos a eles do que com a média da população.
Creio ser mais legítimo comparar e "competir" por "conhecimento" do que por bens materiais, que são prazeres efêmeros.
Parabéns, Anita.
DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo)
Enviado por DAVE LE DAVE II (Sim Ele Mesmo) em 10/05/2023
Alterado em 21/05/2023