Sempre quando penso em meu amor por você, eu tenho que desmaterializá-la. Feito isso, eu consigo amá-la. Nós somos muito diferentes, em todos os aspectos sociais que juntam uma pessoa a outra. A bem da verdade, a única coisa que talvez nos una seja nosso espírito, ou seja, aquilo que de fato é o mais importante
Apesar disso - é difícil de explicar - nós combinamos perfeitamente bem em praticamente tudo, vai entender... Mas eu queria que você fosse outra pessoa, alguém que, materialmente, fosse mais compatível comigo. Você também não pensa o mesmo ao meu respeito? Então porque continuamos esse nosso martírio, porque ambos não seguimos nossas vidas sem olhar para trás?
Qual a chance de darmos certos juntos?
O que você gasta de personal trainer, é o meu sálario mensal.
Eu sou uma pessoa desapegada à dinheiro, mas tudo o que mais gostaria nesse momento é ser capaz de ganhá-lo em grande quantidade, para que isso não seja um empecilho para nossa felicidade juntos, afinal, não é isso que importa para nossa sociedade?
Se eu tivesse tomado outras escolhas, a saber, a de não sair da empresa que criei, talvez seu comportamento em relação a mim fosse o contrário ao de agora, e essa convicção é o que mais me magoa internamente. Me faz perder à esperança no ser humano. O que une duas pessoas, afinal de contas? Eu nunca me ressenti por tal decisão, até que você reapareceu. Eu era plenamente feliz com o que eu tinha, mas a sua presença me mostrou a minha falta. Não por você ter algo que eu deseje, mas simplesmente pelo que preciso ter para ganhar a legitimidade de te amá-la. Mas tudo que mais queria era você, só isso. O que mais importa, além disso?
Mas, enfim, Tenho minha espinha ereta, pois eu te dei o que eu tinha de mais valor: eu mesmo. Mas parece que não foi o bastante para você.
Sendo assim, devo reiterar que...

“Pela sorte de suas circunstâncias, você poderá ter tudo; tudo, exceto uma coisa: eu. E isto me tornará mais rico do que você jamais será, pois eu possuo a mim mesmo.”