Partindo do pressuposto — como dizem os universitários — que estamos numa rede que é conhecida por duas coisas: não ter gente bonita ou que escreve bem, por mais que o site tenha LETRAS no nome.
Como aquela música do Bonde da Stronda: sou melhor que seu marido e esculacho seu amante. O Etc., Etc., é uma homenagem que presto a Stendhal que sempre usava esse Etc., duplo, igual eu uso Dave Duplo.
Acho que o símbolo do meu brilhareco e repercussão são as inimigas que fiz mesmo não fazendo nada além de postar cultura, resenhas, piadas, meus look do dia etc. Brigando com os fatos, a inveja faz as inimigas criticarem tudo. Uma chegou a falar que mendigo leituras. Uma crítica dessas só poderia vir de alguém anônimo que sequer tem conta por aqui para julgamentos.
Mas o mais cômico é quem critica meu look do dia, com o bom gosto que sabemos que o brasileiro tem, e ainda mais esse nicho de escritores cheirando naftalina daqui. E o exemplo mais arrebatado: uma autora com sorriso do Coringa, interpretado pelo Jack Nicholson, que disse que me visto como cigano. E quando analisamos as imagens e conteúdos dela, é uma mistura de estética kitsch brega em uma modelo com sobrepeso. Bom, bem que x plus está na moda, né? Vai ver eu não entendi isso com meu shape simétrico e bem distribuído, que tudo cai bem.
E aí, quando penso nos homens que esse pessoal conhece no seu dia a dia ou já se relacionou, eu começo a entender o pré-sal da inveja. Porque jamais chegaram ou poderiam chegar num arranhão da minha distinção, elegância e conteúdo, criatividade, humor. Eu sou uma Barbie do entretenimento, criatividade e erudição. A facilidade com que eu transito entre diversas áreas do conhecimento é como alguém fazendo um miojo. Porém, meu conteúdo é maturado em barril pra chegar ao público.
Não é meu intuito melhorar a humanidade, mas eu faço tudo que faço justamente pra eu julgar todo mundo de cima e não pra ser copiado. O homem, como diz Nietzsche, é um estimador por natureza, que batiza as coisas à sua maneira e semelhança — daí que provém a moral dos senhores, e seu oposto que é a dos escravos. Ele estima tudo baseado na sua própria imagem e concede nomes às coisas. Essa é sua principal vocação.
Hoje mesmo ingressou uma garota nova no curso — muito bonita, por sinal. O tipo de mulher que eu gosto, mesmo com a aliança gigante. Eu tenho sorte que o tipo de mulher que eu gosto é o que costuma gostar de mim. E o que eu abomino é o que costuma ter mau gosto mesmo. E essa é meu tipo, mas um estilo demasiadamente parecido com o meu. Ela é branquinha, camisa social de bom caimento dobrado, calça dobrada, tênis esportivo, garrafa térmica. Praticamente eu se fosse mulher.
Muito interessante, apesar da baixa estatura que dá um charme comparada com a minha. Sentimento ambíguo de atração, apesar de sentir emulado. E aqui eu faço o fechamento: tenho certeza que sou muito melhor por ser mais parecido com ela do que o outro par com quem ela compartilhou aquela aliança enorme.