Eu nasci bem no meio da invenção do computador, da popularização da internet, das redes sociais. Sou maduro e jovem ao mesmo tempo, tendo vivido o surgimento do smartphone — com um iPhone em mãos desde 2011.
Sou símbolo de quem sabe usar essas ferramentas para se aprimorar. Eu não seria eu sem a tecnologia e a internet, que me permitem baixar filmes, músicas, livros, assistir aulas internacionais com os melhores professores e universidades do mundo. Eu sou símbolo e exemplo da minha era.
O menino Estevão, do Palmeiras, milionário aos 17 anos e agora no Chelsea, precisa aprender inglês. E está usando o ChatGPT para conversar e estudar.
Ele, que tem acesso aos melhores professores particulares e escolas do mundo, usa uma ferramenta disponível para todos. Claro que eu já tinha percebido isso antes. Uso o recurso de voz para conversar com o Chat constantemente. Tudo que ele me responde, ele responde em inglês e português. E tudo que eu escrevo, ele corrige nas duas línguas.
Comecei a fazer academia há 3 anos. E a diferença de entendimento que tenho hoje sobre o que funciona ou não, como devo fazer dieta, que suplementos são melhores para o cortisol, atenção, foco, definição e meus objetivos… é absurda.
Sei quanto açúcar posso consumir por dia sem comprometer o controle de calorias. Faço análise à luz de Nietzsche e Deleuze. Me analiso, converso, aprendo ao mesmo tempo. Meu desempenho de anos atrás e o de hoje não têm comparação.
Gero imagens lindas, criativas para meus textos. Crio avatares. Tiro dúvidas. Confirmo datas. Reforço teorias. Não há limite: só mais possibilidades, mais camadas, mais versões de mim mesmo.
Agora aparece um pessoal — um escritor até talentoso — orgulhoso de não usar esse “CHATo” pra nada. Por isso continua escrevendo as mesmas coisas há 30 anos, sem sair do lugar.
É como o médico que se recusa a digitar a receita no computador e insiste em escrever à mão com sua caligrafia ininteligível. Isso não é autenticidade, é atraso. É reacionarismo disfarçado de tradição. São os negacionistas da evolução e da tecnologia.
Pior ainda é a escritora, com seus 40 anos, se orgulhando de preferir escrever errado do que ter seus textos corrigidos por uma IA. É uma ignorância mansa. Uma acomodação confortável na mediocridade que me assombra e assusta. É o perfeccionismo ao contrário.
Ser progressista é isso: acompanhar as tendências, evoluir com o tempo. Quem não evolui, fica para trás.
Avanti palestra. Avanti David. Sempre adiante e em movimento.
Dia após dia, ninguém é melhor do eu — só o eu de amanhã.