Incrível como pessoas têm coragem de sair em público com uma regata achando que estão vestidas — e tudo isso só porque têm um corpo que, muitas vezes, nem sequer é simétrico ou bonito. Isso quando a barriga não destrói qualquer tentativa de equilíbrio estético. De fato, o braço pode até ser grande. Não obstante: pênis e cérebro, diminutos.
Eu mesmo acredito que posso afirmar: fico bonito de regata. Atlético, esculpido, simétrico, sexy appeal, confiança. Mas me nego a usá-la — a não ser em casa ou na academia. Pelo calor, pelo conforto. Mesmo agora, depois do treino, já coloco uma camisa social por cima. Isso confere elegância ao meu atletismo, além de distinção. E, o mais óbvio: protege meu corpo esbelto e suado do frio.
Porém, é mais por pudor a vaidade. Se dá, eu coloco agasalho de treino ou moletom. Ou camisetas longas, gola rolê… cada situação e ambiente pedem determinadas vestimentas. Existe uma liturgia do vestir, e a desproporção entre o contexto e a roupa resulta no que chamo de disfuncitional closet,
E mesmo para praticar esportes, pode-se estar bem vestido.
Sou contra as regatas fio-dentais de homens que querem evidenciar o corpo por falta de conteúdo — porque não têm nem elegância, nem repertório.
Agora, mulher de fio-dental tá liberado. Com pudor. E desde que seja na minha cama.